Alan Wake é um jogo com gameplay não necessariamente aborrecido, mas não tem evolução nenhuma e mantém-se igual do início ao fim, tornando a experiência muito desgastante e repetitiva. 90% do gameplay loop consiste em: ver os mesmos 3 enemy types, flashá-los com a lanterna, dar-lhes 2 ou 3 tiros e seguir para o próximo inimigo copy pasted.

O jogo tem uma atmosfera ocasionalmente sombria, mas tenta demasiado ser assustador, sem grandes ideias de como o fazer. As únicas táticas que usa para criar medo são meter uma música comicamente tensa e dramática quando aparece 1 inimigo que pode ser morto em 2 tiros ou então flashar a cara duma idosa no ecrã, é literalmente só isso.

A história começa aborrecida ao ponto de doer, na primeira metade do jogo o plot move-se à velocidade de um caracol, com mais do mesmo gameplay a encher chouriço entre cada mínimo plot point. Felizmente, pelo marco do meio, a história adota um pacing mais veloz e começam a haver desenvolvimentos interessantes, ainda que um pouco confusos.

Honestamente, acho que o meu aspeto favorito do jogo foi mesmo só descobrir mais lore sobre a cidade de Bright Falls e tentar compreender os seus mistérios. Existem uns quantos segmentos de rádio e programas de televisão à volta de assuntos muito interessantes (passado um mês de terminar o jogo, eu lembro-me mais desses segmentos do que do main plot). E principalmente, as páginas que narram os acontecimentos do jogo são, estranhamente, bem mais fascinantes de ler do que os mesmos vistos no próprio jogo.

Se acho que este jogo vale a pena? É difícil dizer. Como uma experiência isolada diria que não, mas se Alan Wake 2 for tão bom como ouço, pode valer bem a pena como um setup de algo melhor. Apesar da minha negatividade, eu acho que a base que Alan Wake 1 cria tem muito potencial, só precisa de significativamente mais variedade no gameplay e de largar as táticas baratas de terror.

Reviewed on Mar 14, 2024


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