Acredito que esse jogo tenha sido a experiência mais imersiva, até o momento, em como é ser o Batman.
Se por um lado nós temos a ideia de que certas mecânicas desse jogo estejam um pouco "ultrapassadas", por outro vemos o quanto ele se sobressaiu na época em que foi lançado e se mantém como uma boa entrada a série Arkham.

O estilo "metroidvania" adotado nesse título se entrelaça de maneira tão orgânica a sua narrativa que você não acaba enjoando, muito pelo contrário, isso só te faz querer ir até o fim da campanha e logo depois ir explorar setores nos quais o player não tinha acesso antes.
E como se já não bastasse esse detalhe, os tais setores citados vão mudando conforme nosso progresso ocorre no Asilo Arkham. Isso desde precisarmos cortar caminho pelo sistema de esgoto até lutarmos com plantas mutantes.

Com relação ao combate eu senti que ele se mostrou bem limitado, apesar de eu ter vindo do Arkham Knight para o Asylum pude notar que o Batman "apenas" perde o combo sem mais e nem menos. Isso não é tão perceptível durante a campanha e seus inúmeros inimigos, mas quando você vai testar os Desafios aí sim essa tal limitação se mostra mais do que deveria:

- O inimigo no lado do Batman mostra que irá atacar? Sem problemas! Estou terminando de dar esse último soco em outro inimigo e irei casar o combo nesse do meu lado... certo? Errado. Mesmo entrando em câmera lenta o inimigo consegue ser mais rápido, fazendo você ficar put# com isso;

- A câmera consegue, em certos momentos, mais atrapalhar do que ajudar, fazendo você perder a noção de profundidade do cenário e tendo que se reposicionar no combate;

- Mesmo que o jogo contenha apenas 9 variações de combate elas se mostram bem competentes, mas experimenta errar um golpe em um "cara com facas" e um "cara com bastão-elétrico"... hmmmmmm, tenso.

As partes de stealth se mostraram muito boas e imersivas. A cada eliminação nossa os capangas são alertados pelo Coringa ou pela "Coleira X9" (nome dado carinhosamente por mim), e quando sobram 3 ou menos inimigos na área eles acabam entrando no modo Aterrorizados e começam a temerem a própria sombra.
Muito bom.

A narrativa tem como objetivo mostrar o plano do Coringa e seus prisioneiros no Asilo Arkham, como cada um reage ao caos no local.
O local e seus setores ajudam bastante na hora de criarem uma atmosfera de insegurança (o pessoal do Corredor da Morte que o diga), e carregando esse aspecto de ser um pouco mais escuro acaba dando ainda mais identidade visual para o jogo.
Crocodilo, você não gera medo nesse jogo.

Agora os prisioneiros, mais precisamente os vilões principais do Batman.
Ao longo da nossa jornada podemos coletar Fitas de Entrevistas com relatos de cada um desse vilões, e assim, alguns até chegam a serem ok... mas outros são muito exagerados fazendo os cair no "Vale da Estranheza". Ou seja, "sou insano porque sim".
E as boss battles, o que dizer? São um dos pontos fracos do jogo. Se eu fosse listar as que eu gostei só colocaria a do Espantalho, já as outras deixaria na geladeira, principalmente a final.

Tendo em vista tudo isto, venho ressaltar que "Batman: Arkham Asylum" é um bom jogo que recomendaria para alguém que nunca jogou algo da série. É até satisfatório que vários jogos de hoje tenham seus combates baseados nesse jogo, isso mostra que ele é uma forte referência para a indústria (quando feito do jeito certo).
É bem nítido o carinho e dedicação do pessoal responsável pelo título, são tantos detalhes presentes que você facilmente ficaria instigado a querer saber mais.

Reviewed on Jan 07, 2024


2 Comments


4 months ago

Great review of a dang-near masterpiece of a title. I hadn't even recognized the Metroidvania format for the game. Genius observation!

4 months ago

@RedBackLoggd It took me a while to understand that the game used the Metroidvania style, but after realizing this I was able to appreciate the title even more.