"No one is looking around. Cry all you want. I will just hold on like this."

É muito fácil eu apontar erros no SC, mas também é muito fácil eu apontar qualidades nesse jogo. Primeiro de tudo esse aqui é uma continuação do primeiro Trails in the Sky, e por mais que eu normalmente não escreva visando dar spoiler, pode ser que tenha alguma coisa ou outra porque o jogo começa literalmente de onde o primeiro terminou. Se você não jogou, sai daqui e jogue.

SC é uma jornada que é quase que a explosão de uma bomba, todos os acontecimentos do primeiro jogo foram feitos para que esse jogo existisse. Todas as linhas de diálogo, explicações políticas e religiosas desse universo são de suma importância pra se entender SC, porque ele é sobre isso, uma jornada pessoal de vários personagens enquanto buscam a proteção de um bem maior que é, nesse caso, o país de Liberl.

A história tem muitos altos e baixos, mas os altos são bem mais frequentes que os baixos, mas talvez pra algumas pessoas aconteça o contrário pelo problema de pacing que talvez o jogo tenha. A primeira metade do jogo é muito sobre um episódio de Scooby-Doo, onde vamos para um canto e resolvemos um problema para tentar parar a Sociedade de Ouroboros. Por mais que eu não odeie essa parte, ela é claramente "pior" do que quando o jogo realmente engata. A segunda metade então é sobre o que os Enforcers da Sociedade estavam fazendo, e isso gera momentos lindos dramaticamente e outros de orgasmo visual.

Cada personagem no primeiro jogo teve um pouco do seu desenvolvimento próprio; sem entrar em muitos detalhes, pra mim quem mais se destacaram foi a Estelle e o Agate. A personagem mais desenvolvida foi a Estelle, mas de uma maneira muito única. Normalmente quando personagens meio bobinhos como a Estelle do primeiro jogo se desenvolvem eles acabam se tornando alguém um pouco diferente, mas ela é a mesma Estelle de sempre, só que adulta. É literalmente isso, não tem firula pra explicar o que ela se torna. Tudo do personagem dela tá nesse segundo jogo, mas ela foi forçada a virar adulta quando o Joshusa fugiu, porque ele era o cabeça dos dois, e agora sem ele, ela TEM que amadurecer. Só que é um amadurecimento que o personagem ainda tá ali, ela não se metarmofoseou em alguém mais frio, mas sim só ficou mais consciente e entendeu aos poucos como o mundo funciona. Já o Agate ele vai pro caminho contrário. Confesso que eu não gostei muito dele no primeiro jogo, mas o capítulo 5 me fez amar mais ainda a Tita e gostar demais dele.

Tudo que eu falei do primeiro jogo sobre o combate se aplica aqui, ele tem umas modificações mas é mais uma expansão do que um rework do combate. Tem mais magia e consequentemente mais pedrinhas pra coletar, aumentando muito a variedade das builds que você pode fazer. Cada capítulo você é obrigado a formar uma party com um ou dois personagens obrigatórios e isso ajudou demais pra eu tentar várias builds diferentes pra cada um já que todos tinham alguma coisa que diferenciavam eles falando mecanicamente.

A trilha sonora tá ainda melhor se comparada ao primeiro jogo, o que pra mim é um espanto. Eu percebi muito remix aqui e supriu muito uma necessidade que eu tinha com o primeiro jogo, que a maioria dos chefes não eram tão memoráveis quanto deveriam por causa dessa falta de música. O boss final desse jogo então é uma delícia, uma masturbação pra todo mundo que gosta de Final Fantasy.

Eu sinceramente não tenho mais coisa pra falar porque tudo que eu considero muito bom desse jogo é spoiler, então é meio difícil falar sem dizer das partes chaves da coisa. Minhas considerações finais é que é um jogo muito foda, eu tô bem curioso pra ver como o terceiro jogo vai se desenrolar, porque eu não vejo muito como continuar essa história.

Reviewed on Mar 26, 2023


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