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bah, é pra chorar.

Quero começar dizendo que este jogo melhora e muito o gameplay visto no 3, o stealth agora tendo ainda mais possibilidades de camuflagem, o gameplay das armas se tornou mais padronizado a jogos atuais, mas que nem de longe deixa de ser uma mecanica com certa profundidade.

Entretanto, uma reclamação que tenho e talvez seja de fato seu maior ponto negativo, é sua exploração de cenarios quase inexistentes, o sentimento de linearidade aqui fica demasiadamente mais forte.

Mas claro outro elogio que não poderia faltar é a sua narrativa que nem de longe é perfeita, mas que traz um final que sim é perfeito, uma conclusão digna ao seu protagonista solid snake, melancolicamente esperançoso.


Eu não tenho uma relação tão boa com o primeiro console da Nintendo. O NES apesar de ter sido extremamente importante e revolucionário, hoje em dia eu acabo vendo ele só como uma plataforma cheia de designs arcaicos e jogos que envelheceram terrivelmente, diferente do Super Nintendo que ostenta vários títulos que até hoje são perfeitamente jogáveis e extremamente cativantes. Então, eu acabo regressando para os jogos deste console só por fins de estudo ou curiosidade como é o caso aqui.

É interessante observar o quão ambiciosos foram os desenvolvedores em tentar fazer este mundo parecer vivo, com cada cidade tendo suas próprias partes importantes e serem esteticamente diferentes umas das outras. Para acrescentar ainda mais a isso, a maneira como o texto dos NPCs são proficientemente uma mistura de diálogos inúteis - mas muitas vezes engraçados - ao mesmo tempo em que alguns fornecem informações vitais, para os padrões de hoje em dia isso é bizarro de expositivo mas para época até que era uma sacada bem legal.

O papel do primeiro Dragon Quest foi estabelecer o padrão dos jogos JRPG, como o conceito básico de batalhas por turnos, a exploração de masmorras, os sistemas de menu, detalhes do mundo e cidades com itens/equipamentos para serem adquiridos.. elementos estes que seriam replicados e melhorados posteriormente dentro e fora da franquia. Aqui tudo é executado da maneiras mais simplória e como já dito, envelheceu super mal, o combate é pífio e repetitivo, a seleção de feitiços é muito óbvia e nada variada, o sistema de compra e venda de armas é super clichê - bem naquele estilo de "compra o mais forte, vende o mais fraco, repete" sem status ou algo que torne mais interessante o gerenciamento de equipamentos - as masmorras são desinteressantes, a curva de upgrade é super maçante basicamente forçando o jogador a passar horas grindando, péssimas condições de qualidade de vida..

O jogo não é de todo mal, a maneira que a história brinca com o clichê de "o herói que salva a princesa" permitindo que o jogador ao invés disso tome outra decisão que até acarreta em um final alternativo é genial para um jogo de 1986, outro ponto forte é o design dos monstros criados por Akira Toriyama que continuam excelentes e fazem os primeiros jogos dessa franquia serem muito mais atraentes esteticamente pra mim do que os de Final Fantasy, por exemplo. Aliás, ótimos designs de monstros e personagens é algo extremamente recorrente na série Dragon Quest.

Na época que esse jogo saiu já existia Wizardry e Ultima, e eu acho super interessante observar o quanto eles envelheceram muito melhor do que os JRPGs no geral.