Depois de 120 horas, acabo de terminar Tears of the Kingdom. É difícil juntar palavras pra descrever o que eu sinto agora (que final FANTÁSTICO), então vou tentar escrever sobre minha experiência como um todo.

Começando com as dungeons principais, que eram meu maior problema com o primeiro jogo: elas ainda não conseguem atingir o nível de qualidade das dos Zeldas anteriores (achei elas fáceis demais em geral, sem contar que ainda seguem o formato de puzzles separados sem desafios que te fazem pensar no layout da dungeon como um todo), mas são extremamente superiores às Divine Beasts. Só o fato delas terem chefes de verdade e não só formas diferentes do Calamity Ganon já me deixou muito feliz, e eu gostei bastante da dinâmica de superar os obstáculos com a ajuda dos Sages.

Falando nos Sages, aí está mais uma mecânica/elemento narrativo que diferencia TOTK de BOTW: sua jornada parece bem menos solitária, já que você pode invocar seus amigos pra te ajudar a (quase) qualquer momento. Claro que em BOTW haviam as habilidades dadas a você pelos espíritos dos Champions; mas, em geral, a aventura tinha um tom que poderia até ser considerado meio melancólico. Aqui, a ambientação de uma Hyrule em reconstrução dá ao jogo como um todo um ponto de vista mais otimista, ao mesmo tempo que a adição do mapa das profundezas dê a TOTK também algumas pitadas de terror (mais uma tradição de Zelda que me fez falta no jogo anterior).

Outro ponto que é bem melhor aqui que no antecessor é a história, que apesar de ser cheia de clichês aos quais um fã de Zelda já está acostumado, consegue ter momentos bem tocantes, algo que na minha opinião BOTW só conseguiu fazer em sua DLC Champion's Ballad.

Quanto às novas mecânicas, não vou me prolongar porque acho que tudo que precisava ser dito já o foi exaustivamente por outras pessoas: nunca antes um jogo AAA implementou física de construção de objetos de uma maneira tão simultaneamente criativa e polida; o Ascend muda completamente a maneira que você vê Hyrule; etc.

Mesmo tendo alguns defeitos quando comparado aos Zeldas "tradicionais", na minha humilde opinião Tears of the Kingdom é o melhor jogo de mundo aberto (talvez até poderia ser considerado um immersive sim?) já feito. E, em cima desse jogo de mundo aberto incrível, ainda foram colocados elementos de Zelda da melhor maneira possível, mesmo que alguns sacrifícios tivessem de ser feitos aqui e ali para melhor se encaixarem nesse novo formato.

Ao longo da minha jornada pela nova velha Hyrule, um pensamento me veio em certo momento: "Esse jogo faz Breath of the Wild parecer uma simples introdução, um experimento para que fosse possível chegar até aqui". Não que isso seja algum demérito, afinal por um tempo eu considerei BOTW meu jogo favorito. Mas, pra mim, o Zelda de mundo aberto definitivo é Tears of the Kingdom.

Reviewed on Jun 14, 2023


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