Esse remake só tem duas grandes falhas: não ter a sidequest das fotos e a performance risível. O jogo laga até no mapa, é realmente impressionante.

A OST também me deixou um pouco na mão, muitas vezes não passando a mesma sensação que a trilha original conseguia me proporcionar.

Apesar dessas reclamações, meu tempo com esse jogo foi simplesmente incrível. Fazia muitos anos desde que eu tinha jogado LADX pela última vez, eu só conseguia me lembrar com clareza das primeiras duas~ horas de jogo (até a entrada da segunda dungeon) então a partir daí foi uma mistura de relembrar e redescobrir.

O jogo também trás uma porção de QoL (alguns que eu só fui entender mesmo conversando com amigos, já que eu não lembrava de muita coisa do jogo original). Espadas, escudos, Pegasus Boots, Power Bracelet todos tem botões dedicados e não mais precisam ser equipados individualmente para serem usados, o que por si só já deixa o jogo muito mais dinâmico. Outra grande QoL notável é que a Manbo's Mambo agora permite que você teleporte diretamente para os warps liberados.

Link's Awakening tem um ritmo estranhamente divertido. É comum em Zelda que você saia do seu caminho das dungeons para ajudar pessoas estranhas em tarefas estranhas e LA faz isso com perfeição. Vá resgatar o cachorro (...um Chain Chomp da franquia Mario) que foi sequestrado por moblins, vá recuperar as folhas de ouro que foram tomadas pelos invasores do castelo (e não "retome o castelo"?), leve o fantasminha para relembrar sua cabana e depois para o descanso eterno, leve a garota da vila para passear e acordar um leão marinho, reviva uma galinha ancestral para voar por aí.... Você sempre está se envolvendo em maluquices divertidas que deixam a progressão muito mais suave e interessante do que simplesmente ir em dungeon atrás de dungeon.

Tocando no assunto dungeons, elas são bem simples, como era de se esperar de um jogo que originalmente saiu para GameBoy quase 20 anos atrás. Uma colagem de salas, cada uma com sua pequena solução. Ainda assim é divertido explorar essas pequenas masmorras e enfrentar seus chefes. Todos são muito fáceis e previsíveis.

LA é sem dúvida um jogo muito fácil de se vencer; a complexidade fica mais em achar seu caminho pelo mundo que as vezes pode ser meio obtuso. Felizmente o velho Ulrira está sempre disposto a atender o telefone e te dar dicas (que muitas vezes são tão óbvias que quase te dão de bandeja a solução).

Acho que a última coisa que faltou mencionar foi o novo mini-game criado para esta versão: as Chamber Dungeons. Situada no local onde a casa do rato fotógrafo costumava ficar (ò_ó), está a cabana de Dampé, já famoso pela franquia Zelda. Lá ele permite que você crie suas próprias dungeons usando as salas das masmorras que você completou durante sua aventura. Ele propõe uma série de desafios como "faça uma dungeon no formato de um coração" ou "faça uma dungeon onde você não pode usar sua espada". Eu admito que a princípio eu estava muito incomodado com a existência dessa funcionalidade; dungeons em Zeldas 2D nunca foram a coisa mais divertida do mundo para mim e a ideia de que minha sidequest favorita havia sido substituída por um "mini-zelda-dungeon maker" só deixava isso mais irritante. No fim das contas, é uma feature que consegue divertir por algum tempo. Completei os desafios que dão recompensas e foi tudo bem legal. Mas não espere uma funcionalidade super complexa e cheia de possibilidades como Mario Maker.

Eu estava muito com o pé atrás com esse jogo, com medo de me arrepender do valor investido. No fim das contas, eu só posso dizer que estava errado. O saldo desse remake é extremamente positivo e só não é perfeito pela falta da minha sidequest favorita do DX e os problemas de performance, que são simplesmente inaceitáveis.