Ainda é setembro mas eu já tô cantando essa bola aqui mesmo. Live A Live é a maior surpresa do ano. Absolutamente ninguém vai conseguir quebrar mais as expectativas que esse aqui. Nem se a Nintendo anunciar BotW2 amanhã vai surpreender mais que Live A Live (tô tentando zikar mesmo, pode mandar Nintendo).

De longe o JRPG mais único que eu já vi, Live A Live te coloca na pele de 7 aventureiros completamente diferentes, cada um em seu próprio período e vivendo sua própria vida. Bem nessa pegada de "pílula" mesmo, cada história é contida com seu próprio começo, meio e fim, sem ligações com as demais. A duração delas é bem variada de acordo com o capítulo e conteúdo opcional, pra mim variou de 1h~4h pra cada uma.

Os plots são todos super simples e direto ao ponto, costumam se passar no decorrer de algumas horas ou alguns dias e é tudo realmente bem focado. Uma coisa em comum que todos compartilham são as inspirações: tudo foi claramente inspirado por clichês do entretenimento. Filmes, animes, outros jogos. Uma das histórias te coloca nos pés de um protagonista de anime, outra te põe no controle de um grande procurado do velho-oeste, já em outra você é um shinobi... realmente não são histórias muito surpreendentes ou inovadoras, mas é tudo bem contado e redondinho.

Mas de onde ver a surpresa então? Bem, de MUITOS lugares. Mas boa parte delas são spoilers. Acho que a maior surpresa que pode ser falada, é que esse jogo é um remake de um título de SNES de 1994. E simplesmente explode minha mente saber que esse jogo foi criado tanto tempo atrás. Muitas das coisas que ele faz são EXTREMAMENTE experimentais. Tem um capítulo onde você passa o tempo inteiro sem ter uma batalha, já outro onde os personagens se comunicam somente através de imagens, outro capítulo que simula um jogo de luta... e tudo isso na framework de um JRPG que dividia prateleira com Final Fantasys da vida.

Merece uma menção à parte aqui, a trilha é da maravilhosa Yoko Shimomura. A trilha remasterizada é simplesmente incrível. Parei pra ouvir a trilha original em seguida e o trabalho dessa mulher é simplesmente surreal. Uma feliz coincidência que eu joguei dois jogos que a trilha foi composta por ela em sequência (sendo Legend of Mana o jogo que zerei antes desse).

Tem muita coisa que eu gostaria de falar sobre esse jogo mas eu acho que ele é uma experiência única demais que deve ser jogado sem saber mais nada sobre ele. Então eu paro aqui somente com minha recomendação mesmo. Se você não tem acesso à esse remake, me parece que o original de SNES possui uma tradução fan-made que é boa o suficiente. Se você tem um Switch, existe uma demo gratuíta na eShop que contém o começo de 3 capítulos (e ela me convenceu a comprar o jogo).