Antes de começar a falar sobre A Lenda do Herói, é importante ressaltar que se trata de
um jogo indie brasileiro, desenvolvido por uma empresa pequena. Reconheço que a
criação de jogos no Brasil ainda engatinha, mas é essencial expressar minha opinião
sobre o jogo de forma geral, sem levar em consideração todas as dificuldades que os
desenvolvedores enfrentaram para chegar ao produto final.

O objetivo do jogo é bastante claro: “encontrar a princesa”. No entanto, durante essa
jornada, os jogadores enfrentarão inúmeras áreas desafiadoras e chefes que farão de
tudo para complicar o caminho.

A jornada do herói é narrada e cantada de maneira excepcional, com momentos em que
a integração perfeita entre a jogabilidade e a trilha sonora chega a ser tão envolvente
que é quase surreal perceber que se trata de um jogo e não de um vídeo. Um ponto
relevante que percebi enquanto jogava é a importância crucial do cantor ou da cantora
da canção. Nas duas DLCs, que trazem cantores diferentes, particularmente, não gostei.
Não senti a mesma fluidez da campanha principal, achei, de maneira geral, um pouco
arrastado e até um pouco forçado demais.

Um ponto curioso é que eu não imaginava que as lutas contra os chefes seriam tão bem
feitas. Realmente, acreditava que seriam enfrentamentos simples, mas não foi isso que
aconteceu. Os chefes são muito bem desenhados, embora eu sinta que poderia haver
mais diferenciações no combate, já que, basicamente, os chefes tinham de 2 a 3 ataques
diferentes, e eram absurdamente fáceis. Platinar o jogo, especialmente ao completar
conquistas que envolviam derrotar chefes sem receber dano, melhorou
significativamente a minha experiência, tornando o jogo muito mais desafiador.

Como mencionei, o jogo é muito claro, e a narrativa é muito bem conduzida pela trilha
sonora magnífica. No entanto, a história do jogo é um tanto boba, tornando-se ainda
mais decepcionante com um “plot twist” no final que parece deslocado e sem sentido. O
jogo poderia facilmente encerrar com a derrota do vilão do castelo, evitando aquele
epílogo que vejo como desnecessário.

O jogo possui 11 áreas no total, e penso que os desenvolvedores demoraram para
introduzir novas mecânicas de gameplay. Acredito que haveria espaço para a
implementação de outras mecânicas além das 7 já utilizadas. Às vezes, sentia que o jogo
estava avançando "passo a passo", mas quando uma nova mecânica era desbloqueada,
dava um "salto" significativo. Mesmo com esse sentimento, todas as mecânicas são bem
utilizadas, e às vezes até demais, mas sem problemas.

A construção das fases é linear e sem muita dificuldade para serem superadas.
Tecnicamente, isso não é necessariamente um ponto negativo, mas como uma sugestão
positiva, acredito que o jogo poderia ser um pouco mais desafiador, considerando sua
proposta simples. Os inimigos presentes nessas áreas não causaram nenhum tipo de
dificuldade para serem enfrentados, no máximo uma raiva com os macaquinhos que
jogam pedras, mas nada demais.

Devo aqui ressaltar a beleza dessas 11 áreas presentes no jogo, com visuais realmente
muito bem trabalhados. Em minha opinião, o mapa de neve é o mais bonito,
apresentando o visual mais interessante. O ponto mais alto visualmente, na minha visão,
são os detalhes e o trabalho feito nos chefes. Vou priorizar os principais da campanha,
não os secundários - não que eles sejam feios, mas os da campanha principal me
agradaram mais. Para não virar farra, vou citar três que realmente acho perfeitos: a
Aranha, a Águia e o Escorpião.

Por fim, quero falar um pouco sobre como foi platinar esse jogo. Sem nenhuma
dificuldade séria, foi uma platina bem divertida que realmente agrega à jogabilidade. O
ponto que achei bizarro é o jogo ser extremamente fácil, tanto nas áreas quanto nas
lutas contra os chefes. O jogo poderia ter uma dificuldade elevada, pois se algum chefe
te travar enquanto você tenta derrotá-lo sem sofrer nenhum dano, você pode correr
para as duas lojas do jogo, que vendem poções de melhoria, e tentar novamente. Dessa
forma, haveria a possibilidade do jogo ser mais desafiador, mas por algum motivo os
desenvolvedores não optaram por isso. Mesmo assim, a experiência de platinar é mais
desafiadora, o que pode ser um ponto positivo para alguns jogadores, mas irritante para
outros.

COMENTÁRIOS FORA DA RESENHA (ao longo do tempo se eu tiver algum comentário
para fazer incluirei aqui):

1.0: Espero que “A Lenda do Herói 2: A Marcha de Malaquias” consiga trazer uma
jogabilidade e trilha sonora com ainda mais fluidez. Seria ótimo ter chefes tão
extravagantes quanto alguns do primeiro jogo, e talvez a inclusão de uma opção de
dificuldade, ou até mesmo uma dificuldade já selecionada um pouco mais desafiadora.
Tenho certeza de que isso agregaria muito ao jogo. Por fim, espero que minhas palavras
sobrevivam ao tempo e que "A Lenda do Herói 2: A Marcha de Malaquias" seja um
grande sucesso (14/01/2024).









Reviewed on Jan 14, 2024


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