Por que precisamos ter controle de tudo? Uma das coisas mais bonitas da arte é a escolha do que está à mostra, o bom observador sabe realçar tanto o visível quanto o invisível (ou obscuro). Os ângulos com que você controla Dante claramente vieram de Resident Evil, que para mim é um dos exemplos onde mais se associa a visão do diretor de um filme ao escolher como irá ocorrer cada ângulo de cada cena. A beleza de Devil May Cry não pode passar desapercebida, a estética gótica misturando tanto a arquitetura quanto o movimento cultural, aqui se culmina em um jogo extremamente único. Tão único quanto seu visual, também temos o modo de interagir com esse mundo, por combos estilizados onde quanto maior sua criatividade e expressão, maior sua recompensa no final de cada fase. Ao tirar a escolha do jogador em como irá olhar para os cenários lindos, o jogo te presenteia com a maior forma de liberdade em seu combate, e essa dinâmica me intriga muito em como se foi pensado em cada etapa desse jogo com muito carinho, levando em consideração sempre as limitações da época, tanto de hardware/software quanto de visão do possível. O jogo não tem medo de errar nem de ousar, e isso nunca vai deixar de tirar um puta sorriso do meu rosto.