O melhor: As diferentes e fascinantes formas de apresentar cada história
O pior: A estrutura muito linear pode incomodar um pouco
Memória: Como alguém péssimo em guardar nomes, aprecio muito o menu de pause desse jogo

What Remains of Edith Finch é um adventure em primeira pessoa, de mecânicas extremamente simples e com foco em sua narrativa. Quem jogou o jogo anterior da Giant Sparrow, The Unfinished Swan, vai encontrar semelhanças temáticas, e quem jogou obras como Gone Home e Firewatch (os "walking simulators", como alguns gostam de chamar), também vai se sentir familiarizado aqui.

A história mostra Edith Finch retornando para a casa que abrigou quatro gerações de sua família. Última Finch viva, Edith explora cada cômodo do curioso lugar e, através de totens e documentos dedicados à cada pessoa que ali viveu, faz descobertas sobre o trágico destino de cada um deles. O jogo então se torna uma antologia, abordando os últimos momentos de cada um dos Finchs, mas com uma boa dose de realismo mágico, que faz o jogador questionar a veracidade de cada uma dessas histórias.

O maior esforço em What Remains está nas formas únicas de apresentar o destino dos familiares da Edith. Há diferentes "gatilhos" para cada história, seja um diário, uma carta ou uma foto, por exemplo. E esses objetos dão início há uma (curta) sessão única em visual e gameplay, de acordo com a personalidade de cada personagem. De controlar um tubarão barranco abaixo, até jogar dentro de uma HQ de terror, é fascinante a criatividade para tratar o que são, na verdade, grandes tragédias.

É um jogo bem melancólico, mas nunca grosseiro, e consegue apresentar mesmo as questões mais delicadas de uma forma bem sublime. Especificamente, as histórias de Gregory e de Lewis me causaram maior impacto, mas, além das histórias em si, refletir sobre o contexto geral da vida de toda essa família me trouxe uma grande apreciação por esse jogo. Isso é reforçado também pela ótima apresentação visual e sonora, com uma trilha que dá o tom perfeito para cada cena.

Eu recomendo mesmo para quem tem certo preconceito contra esse tipo de jogo (ou, melhor ainda, contra vídeo games de modo geral). É fácil (e recomendável) terminar em uma única sessão, e é um ótimo exemplo do que a mídia pode fazer em favor da narrativa.

Reviewed on Jan 10, 2024


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