O melhor: A variedade de missões e a excelente trilha sonora
O pior: Faz falta um sistema de checkpoint dentro de cada missão
Qual é a música: O compositor desse jogo é ninguém menos que Kow Otani, que depois foi compor a trilha de um tal de Shadow of the Colossus. (dá pra perceber uma similaridade: https://www.youtube.com/watch?v=78GHTIcDnK4)

Sky Odyssey, tecnicamente, é um simulador de voo, sem combate e com uma jogabilidade mais arcade. Mas acho que faz mais sentido enxergá-lo puramente como um jogo de aventura, e é isso que o torna especial.

O jogo se passa em quatro ilhas fictícias, pouco exploradas devido às condições climáticas severas que as cercam. O objetivo do modo principal é chegar na ilha final, e alcançar a lendária Torre de Maximus. Por quê? Pela aventura, oras! O progresso é dividido em missões, cada uma apresentada por um briefing ditado em uma voz monótona, acompanhada por uma música aparentemente inspirada pelo folk Búlgaro (sim, é sério). Nesse briefing são apresentadas informações como altura de voo, caminho ideal a se seguir, condições climáticas e local de pouso. Apesar de ser possível resumir a maioria das missões em "vá do ponto A ao ponto B", as diferentes situações que os cenários podem apresentar tornam o jogo constantemente interessante. Em uma das primeiras missões, o tanque de combustível do seu avião está vazando, e é necessário localizar um trem e voar próximo a ele para reabastecer. Em um outro momento bastante memorável, o motor do seu avião para de funcionar enquanto sobrevoa um rio, e você deve guiá-lo correnteza abaixo até o seu destino. É muito impressionante ver essas "set pieces" em um jogo do primeiro ano do PS2, feito por uma equipe pequena (os créditos apontam para um estúdio chamado Cross, que infelizmente parece ter sido dissolvido logo após o lançamento de Sky Odyssey).

Visualmente é um jogo bastante simples, mesmo considerando ser um título de início de geração. As texturas e o campo de visão limitado não impressionam, mas situações como tempestades e deslizamentos conseguem causar os efeitos desejados (rodando em um emulador, com um aumento de resolução, é um visual até que agradável). Por outro lado, a trilha sonora é um destaque a parte. Não só é muito efetiva em trazer a sensação de aventura que o jogo quer passar, como alterna de forma dramática de acordo com o progresso da missão (algo que também acontece em Shadow of the Colossus, curiosamente).

Completar cada missão garante um nova peça para o avião que você usou (dos 3 iniciais), sendo possível montar sua "build" de acordo com o que o desafio pede. Há alguns modos extras além do principal, como por exemplo um modo "esquadrilha da fumaça" onde cada fase consiste em fazer um desenho no céu usando a fumaça solta pelo avião. Esses modos desbloqueiam novos aviões, incluindo coisas mais excêntricas, como um OVNI (!?) dirigido por uma tropa de pequenos alienígenas. Também existem peças de aeronaves escondidas em algumas fases, o que garante um valor replay a mais para o jogo.

Algumas missões em Sky Odyssey tem um desafio elevado, e, apesar da maioria delas não durar mais do que 10 minutos, a total falta de um checkpoint em pontos específicos dentro da missão pode trazer uma frustração momentânea. Felizmente é um outro fator mitigado ao utilizar um emulador, já que ter que repetir toda uma fase por um erro na hora do pouso não é lá muito divertido.

Apesar de um ou outro artigo o exaltando, sinto que Sky Odyssey é um jogo bem pouco conhecido. O que é uma pena, já que ele é bem único no que se propõe a fazer, e é muito caprichado na sua execução. Para quem quiser explorar a biblioteca do PlayStation 2 além do básico, recomendo esse jogo fortemente.

Reviewed on Jan 29, 2024


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