Eu nunca tinha ouvido falar de Startropics na vida. Se não fosse o Virtual Console e essa experimentação que estou fazendo dos jogos de NES eu jamais teria conhecido, e olha que se trata de um jogo first party da Nintendo. Desenvolvido pelo mesmo diretor de Punch-Out, é impossível jogar e não lembrar de Zelda, já que possui elementos similares como enredo e condução de adventure com exploração de dungeon. O sistema de vida é exatamente como Zelda, com heart pieces servindo como expansão.

Esse sistema sofre com alguns momentos bem desonestos com one hit kill, e a dificuldade do jogo é bem íngreme, com um bizarro placar de pontuação que parece ter sido colocado tão somente por convenção de design da época.

Ele se torna difícil por uma série de fatores, como o dano alto dos inimigos. Uma caraterística peculiar de gameplay também é um dos maiores responsáveis por essa dificuldade alta. Se mover pelo cenário é como Zelda, mas ao invés de termos um controle direto com deslocamento instantâneo, temos uma espécie de atraso no movimento já que apertar pra uma das direções faz o personagem se virar para ela, não iniciando o movimento imediatamente. Desta forma, é necessário segurar o direcional para que o personagem primeiro se vire para a direção apontada e posteriormente inicie o deslocamento. É um tanto incômodo e desconfortável, deixando a movimentação mais rígida.

Há diversos puzzles maravilhosos e satisfatórios de resolver, mas um deles envolve fisicamente molhar um papel que acompanhava o jogo original, o que torna a versão digital do jogo dependente de pesquisa na internet pra saber a resposta, já que não tem como um mero port/emulação solucionar um problema que exigiria mais trabalho, como um remake, ou inclusão de um manual virtual com a resposta dos puzzles físicas.

As artes que acompanham a finalização do jogo fazem um resumo dos principais eventos da aventura e são muito bonitas, com uma direção cheia de personalidade. É engraçado como não parece um título japonês por conta desses elementos.

No fim das contas, é uma aventura bem menos icônica do que Zelda, mas tão bacana de jogar quanto, se pá melhor que os dois primeiros jogos da franquia, pra quem gosta de um gameplay mais linear.

Reviewed on Mar 26, 2023


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