Sorcery! 3 continua a fórmula dos outros dois, mas num mapa bem maior e mecânicas mais complexas. Isso não é algo inteiramente positivo. Se as Baklands são maiores que Kharé, também senti que são menos interessantes de explorar. Particularmente, as várias micro-decisões e caminhos alternativos que você fazia tanto no jogo anterior parecem ter tomado uma abordagem mais linear aqui, e tive bem menos ânimo de tentar rebobinar ações e ver as diferenças possíveis. Kharé era mais enxuta, mas também mais densa e com vários eventos e personagens que atiçavam bem mais minha curiosidade.

O foco do 3 é menos nas pequenas decisões e mais numa trama e objetivos maiores, que o jogo deixa bem claros desde o início: encontre e aniquile as "Sete Serpentes" em seu caminho até Mampang. Algo interessante é que no final de sua aventura o jogo acaba subvertendo um pouco esse próprio objetivo, fazendo-lhe refletir sobre as ações que tomou no decorrer da jornada - dependendo do caso, você pode até ser motivado a refazer a aventura toda só para ver se consegue um caminho mais otimizado, ou realizando menos sacrifícios.

Inclusive, eu chegue a fazer isso, resetando o game depois de minha primeira playthrough para ver se conseguia um desempenho melhor. Mas isso foi muito mais motivado pelo receio de me arrepender no jogo seguinte do que realmente um desejo intrínseco de jogar mais, e aí mora um grande problema. Apesar de ser bem interessante, no final Sorcery! 3 acaba sofrendo de um problema parecido com o primeiro jogo: há muitas escolhas, mas as consequências estão reservadas para o game seguinte. E se Sorcery! 2 conseguia contornar esse problema criando uma subtrama para a cidade de Kharé bem fechadinha e interessante, aqui a sensação ao final é incontornavelmente de "vamos ver o que vai acontecer no jogo seguinte".

Reviewed on Sep 11, 2023


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