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Qual o limite entre o imaginário e o real? Essa pergunta digna de filosofia de boteco merece uma resposta de filósofo de boteco: o imaginário *é uma realidade – uma realidade subjetiva, mas uma realidade mesmo assim. O que acontece na realidade subjetiva afeta apenas os que acreditam nela, mas seus efeitos são tão sensíveis e profundos naqueles por ela influenciada quanto os da realidade objetiva. Sua mente faz pouca distinção do que é real* real e o que ela só acredita que é real.

Essa peculiaridade da mente humana é nossa eterna fonte de escapismo e, muitas das vezes, o único mecanismo de defesa que temos contra uma realidade hostil, imprevisível e que se recusa a fazer sentido. Por outro lado, ela também pode criar prisões e limitações psicológicas que carregaremos para o resto de nossa vida - ou, no caso da família Finch, no decorrer de várias vidas, se tornando uma verdadeira maldição hereditária. Investigando essa maldição na forma de pequenas vinhetas recontando a vida (e morte) de vários de seus antepassados, Edith Finch contempla as diversas realidades subjetivas de sua família, tentando ao fim entender sua própria subjetividade. Talvez nessa jornada você, o jogador, consiga entender uma ou outra coisa sobre sua realidade subjetiva também.

Reviewed on Jan 09, 2022


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