Na minha cabeça, duas coisas explicam a popularidade e influência desse jogo em 1982. Primeiro, sua enorme disponibilidade, sendo lançado em mais computadores antigos do que posso nomear. Segundo, seu tamanho. Miner tinha a incrível distinção de ter dez telas diferentes! Isso é mais que o dobro que Donkey Kong e vários de seus clones! Pra vocês verem como a tara dos gamers por jogos com mais "conteúdo" não é de hoje...

Apesar de eu acreditar que quantidade é uma qualidade, ela não é a única qualidade. Se ela não for acompanhada de outras, pode até ser prejudicial. Os dez níveis de Miner não são aleatórios, tendo sido feito intencionalmente e com certos elementos de puzzle em alguns. Isso é positivo e dentre seus concorrentes da época algo que nem sempre era garantido. Mas em outros aspectos o jogo parece primitivo até para sua época. Os inimigos, por exemplo, só andam de um lado para o outro num caminho pré-programado, sem mudar um milímetro de seu caminho e muito menos lhe perseguir. Os cenários com suas linhas grosseiras também são um pouco incômodos depois que joguei Crisis Mountain, com suas paredes cavernosas que realmente pareciam uma caverna cheia de irregularidades e curvas. E o pulo parece ter sido feito deliberadamente para enganar o jogador com sua distância nada intuitiva e que te surpreende (negativamente) mesmo depois de você teoricamente ter se acostumado com ele. Bem, talvez a intenção era simular o pulo de um mineiro bêbado, então foram bem sucedidos.

Mas o maior problema é que Miner é só um jogo chatinho. Seu objetivo é literalmente apenas andar sobre as plataformas. Concluídos os dez níveis, nem mesmo uma tela de parabéns lhe espera, apenas os mesmíssimos dez níveis com os inimigos um pouquinho mais acelerados. (Aparentemente se eu repetisse esse ciclo 10 vezes ganharia um "CONGRATULATIONS" no final, mas meh.)

Reviewed on Sep 20, 2022


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