Uma longa, repetitiva e entediante jornada com um final magnífico. Ok, esse resumo faz o jogo parecer pior do que é. Para ficar claro: é um bom game e tem algumas ideias bem originais, apesar da execução ser por vezes falha.

O grande destaque de P3P é que ele tenta juntar dois estilos de jogatina num só pacote: dungeon crawling e simulador social. Separadamente, esses elementos são repetitivos e rasos, respectivamente. Juntos, ajudam a dar ritmo à narrativa, permitem explorar os personagens e às vezes se reforçam mutuamente. O problema é que os pontos em que essas duas partes se comunicam são limitados: bônus para fusões de personas, algumas missões para resgatar NPCs no Tartarus e... Só. Inicialmente a novidade da abordagem por si só é um atrativo, mas estamos falando de um jogo absurdamente longo, então esse sentimento logo vai embora.

A história em si é OK. O final é excelente (como dito no início) e os personagens bacanas. Mas o miolo dela reflete o jogo como um todo: longa, repetitiva, entediante. Dava pra "enxugar" metade do jogo que ainda ia ficar longo!

Sobre o combate: é legal. Mas, advinha? Isso mesmo: lá pra metade do jogo começa a ficar repetitivo e entendiante! Há pouca variedade de inimigos, com a maioria deles sendo apenas monstros que apareceram antes com uma corzinha diferente e mais fortes.

Nem a simulação social, que é o que os fãs mais amam, escapa muito disso, pra ser honesto. O jogo todo tem apenas 4 músicas para as atividades diurnas e (3 faixas para a escola, que aparecem em momentos distintos do calendário, e 1 faixa para as outras localidades) e só umas ~8 localidades diferentes. As histórias dos personagens coadjuvantes são bem interessantes, mas padecem de outro problema, que é a falta de profundidade. São todas mini-narrativas super-lineares em que suas escolhas nunca levam a caminhos ou finais diferentes — a não ser que você conte "opa, você escolheu a opção de diálogo errada e agora esse personagem está de mal com você" como uma escolha distinta e válida. Já vi gente dizendo que essa parte do jogo é um "simulador de namoro simplificado" e sou obrigado a concordar.

Como só enchi o game de críticas, sou obrigado a salientar de novo: não é um jogo ruim, tendo méritos especialmente na mistura única de gêneros que tenta fazer e nos personagens bem escritos. Não obstante, espero que os Personas posteriores tenham aprendido com os erros dele, capitalizando no que deu certo e fazendo algo mais variado menos agarrado.

Reviewed on Nov 05, 2020


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