É meio surreal pensar que Sekiro tenha se tornado um dos meus jogos favoritos, mas eu simplesmente comecei ODIANDO. Depois eu percebi que esse sentimento é bem comum, e talvez seja o que a From Software queria com as mudanças na fórmula "Souls" que predominava até então. É como o VaatiVidya disse em um de seus vídeos, a memória muscular dos jogos anteriores joga contra você nesse jogo, e você PRECISA entender de novo como você deve jogar para conseguir se sobressair ao máximo.

Nunca vou me cansar de falar que o que mais me marcou quando joguei o primeiro Dark Souls foi a sensação de imersão num mundo com level design primoroso e a experimentação de mecânicas novas que eu não estava acostumado, o que me causava um certo "medo" em relação a progredir no jogo, por medo de morrer para um inimigo mais forte. E, embora isso possa soar frustrante, é o que me faz ter um carinho tão especial por aquele jogo.

Quando joguei o Dark Souls 3, por exemplo, eu já estava acostumado com esse estilo de jogabilidade e, embora seja um jogo absurdamente bom e até melhor que o primeiro em vários aspectos, eu finalizei o jogo com a sensação de que "faltava aquela magia especial". Algo similar com Elden Ring, mas o mundo aberto extremamente atmosférico compensou na época em que joguei.

É aí que Sekiro aparece. Nossa, como eu me arrependo de não ter dado uma chance a esse jogo antes. O início dele foi quase "intragável" para mim, mas não sei se é algo especificamente do jogo ou se era porque eu estava com a "mentalidade Souls" em mente para jogar. Mas, meu amigo... Quando eu tive o clique mental de que eu tinha que aprender de novo, entender as mecânicas e o que o jogo espera de mim, como tive que fazer no primeiro Dark Souls, toda a beleza de Sekiro se abriu pra mim e veio toda a magia.

É simplesmente uma das melhores fórmulas de combate não só de jogos da From Software, mas de jogos de todos os tempos! Até mesmo Quick Time Events nesse jogo são bem pensados e aparecem em momentos certos, apesar das "memórias do Vietnã" dos tempos do PlayStation 2, em que todo jogo era recheado de QTE irritante e sem propósito. O mundo vai ficando mais interessante à medida em que você vai explorando e se envolvendo com a história, mas o que brilha mesmo é o combate. É simplesmente uma fonte de dopamina quando se consegue uma vitória quase perfeita contra um inimigo que antes você considerava impossível, e isso faz com que as lutas contra chefes sejam memoráveis.

Uma das coisas negativas mais marcantes é o potencial desperdiçado no gancho de pendurar, tanto em combates quanto na exploração de mundo. É muito bom, não me entenda mal, mas acho que é uma mecânica boa demais para ser tão subutilizada, e às vezes meio bugada. E apesar das lutas contra chefes nesse jogo serem tão especiais e memoráveis, tem UM CHEFE ESPECÍFICO (quem jogou vai saber) que eu acho que não foi tão bem pensado, e deveria mais ser um chefe de Dark Souls. Mas tudo bem, foi um desafio legal de toda forma!

Não tenho mais o que dizer, é maravilhoso. Entrou fácil no meu TOP de jogos da From, e de jogos da vida!

Reviewed on Jan 05, 2024


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