Como um fã da segunda metade da franquia, sempre quis completar a saga e passar pela primeira metade que é tão ferozmente defendida pelos seus fãs. Tendo jogado o IV comigo há uns anos e gostado muito, @cellerepe me acompanhou no passa controle na emulação.

O que eu tenho a dizer pra esses fãs é que eles são uns kozeiros por falarem que isso aqui era uma franquia séria sobre guerra de gangues. A galhofa tá presente da primeira cena até a última, nas mecânicas e atividades. Não é zoeira desenfreada, mas também não chega a ser um clone de GTA, e pensar que ele saiu dois anos depois do San Andreas me impressiona ao comparar o que destaca esse jogo: A física.
O Ragdoll tá em todo lugar e isso faz com que o jogo se torne muito mais divertido. Ao mesmo tempo, fico triste por perceber que os jogos atuais priorizam tanto os gráficos que deixaram a interatividade com o cenário e física pra trás.

O que segura a diversão do jogo tá presente em muitos jogos de mundo aberto, mas aqui se mostra especialmente irritante: o aumento artificial do tamanho do jogo.

O sistema de Respeito não funciona como nível do personagem, mas sim como algo que te impede de fazer missões, te obrigando a fazer atividades secundárias pra poder desbloqueá-las, e depois tomar todos os "acampamentos" de inimigos pelo mapa. As atividades costumam ser legais, mas a obrigação e a demora irrita demais e é um problema terrível.

Há uma outra área em que o jogo peca demais, mas consegue se ajeitar: o tiro.
A mira e os controles dela são TERRÍVEIS, parecendo amadora com uma aceleração desgraçada, sem ADS ou qualquer tipo de precisão. O bom é que eles provavelmente notaram isso e fizeram com que seja muito fácil de acertar os inimigos, que as vezes não precisam estar nem perto da retícula de mira pra serem baleados.
Isso quando você tem balas, por que algum gênio achou que escassez de munição seria uma coisa boa pra um jogo como esse. Ela não acaba de vez em quando, você de vez em quando tem munição. Quer comprar mais? Compre a arma inteira (e nunca tenha como trocá-las de maneira simples) ou pegue dos inimigos, só que fica meio difícil de pegar deles se você não tiver como os matar.
A partir de certo ponto usamos o cheat de munição infinita, e o jogo se tornou MUITO mais divertido.

Quando dentro das missões, você conhece o mundo louco, brutal e carismático de Saints Row. Personalidade é o que não falta nesse jogo, os personagens são surpreendentemente marcantes, e é claro que pra mim foi ótimo ver como tudo começou, e pra ela, se perguntar onde estão os superpoderes e alienígenas.

No dia seguinte que começamos a jogar, a Volition se tornou mais uma vítima das grandes empresas que compram estúdios e foi fechada. Não é a primeira e nem será a última, mas as obras publicadas por ela serão preservadas e nunca esqueceremos de suas franquias ultra desengonçadas com muito coração.

Saints Row é cheio de probleminhas, mas algo na sua personalidade forte nos dá vontade de começar o 2 imediatamente, provando que esse mundo vale a pena ser visitado e explorado. É uma base sólida pra ser melhorada no futuro, o que felizmente aconteceu, mas não é substítuível de maneira alguma. Viva a Volition!