Ape Out, como o nome bem indica, te coloca nas patas de um gorila em fuga; os soldados que te mantinham preso sendo o único obstáculo entre você e a liberdade. Não há texto além do nome dos estágios e dos créditos finais, e o jogo não tem muito interesse em te fornecer muito mais contexto do que isso. O que ele possui é uma direção artística inigualável, que, misturada com a intensidade da dificuldade imperdoável e da trilha sonora dinâmica, gera uma das experiências mais deliciosamente intensas que já tive em um jogo. A trilha sonora é uma faixa de bateria que se modifica reagindo às suas ações, os movimentos do seu gorila e o que ocorre ao redor dele sendo o acento que rege toda a música; a sensação provocada é de um ciclo que se alimenta: mesmo após a cinquentésima morte, a faixa de baterias induzia a mesma mistura de caos e transe que se precisa para concluir os níveis mais difíceis do jogo, e esta sensação de unicidade com o gorila e a faixa é transmitida de volta pela maneira que você joga, que por vez, rege a trilha sonora - a poética perfeita para o jogo de esmagar as coisas com um macaco. O jogo é curto, composto de quatro álbuns (estágios) que completei em cerca de três horas, e toda sua intensidade empilha até não conseguir se conter mais, e, chegando-se ao final, tudo estoura em uma sequência de pura catarse, sequência que não detalharei sobre porque nunca desejaria roubá-los da sensação que tive.

Posso ter usado linguagem emocionada demais, porém esta é a capacidade desse curto joguinho - uma façanha de pura explosão estética que leva todas as melhores emoções à flor da pele. Ele está 1 real no PC e Xbox através do Game Pass, e, se for da sua praia assim como foi da minha, te prende a partir do primeiro segundo de jogo.

Reviewed on Nov 03, 2020


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