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Blessed be his name.

(ele/dele)
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GOTY '23

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GOTY '22

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GOTY '20

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Gamer

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Passagens multimídia encobertas por uma maravilhosa nevóa difusa entre tosco e noir; brutalismo usado como fonte de horror e adoração; tour de force de direção artística alimentado por sombras afiadas e iluminação impecável; um pacotinho de controles e poderes que flui de forma magnífica entre um e outro.

Por quê, então: mais um shooter de terceira pessoa amaldiçoado com crafting, elementos roguelite de conteúdo infinito, sistemas de “RPG” vestigiais que só servem pra alimentar os cabras mais famintos por dopamina que tem por aí. Nada diz “explorar um inferno brutalista não-euclidiano que é fisicamente e emocionalmente labírintico” como equipar seu personal mod lvl 4 +13% fart rate. O próprio ato cansado de apontar e atirar é ressignificado em sarcástica lógica circular: o supremo Objeto de Poder é uma pistola que… atira nas coisas. Quando a maioria das suas opções de interagir com horrores além de sua compreensão são sentar chumbo neles ou dar um dash até eles, tem alguma coisa errada.

Uma pancada estética muitíssimo memorável, carregando por aí um corpo do gênero mais cansado dos últimos 15 anos. Pô, eu jogo feliz qualquer bobagem que for bonita desse jeito - o choro é pelo que podia ser.

Carnificina rítimica: uma série de mecânicas pequena, mas robusta, que as põe para trablhar em conjunto com o intuito de criar um loop instigante de pequenas decisões imediatas - basicamente, por alguns momentos, é o ideal platônico de fluxo em gameplay que muitos jogos de ação/arcade buscam. Rollerdrome, em ideia, é brabo assim. Na prática, porém, senti que faltou um encaixe melhor no papel de skill moves no todo - executá-las é vezes divertido, vezes irritante, e engajar com o sistema não é tão recompensante quanto o esforço de ocupar RAM cerebral com as receitas de manobra durante o tiroteio.

Infelizmente, insiste contra sua própria forma através de meta-objetivos diversos e conflitantes - você quer jogar pela diversão, pelo score, ou pra passar de fase? Idealmente, essas respostas viriam da mesma via: tudo ao mesmo tempo. O jogo, porém, te bota pra jogar de formas bem distintas conforme o objetivo, com a liberação de novas fases sendo dependentes de desafios que provocam repetição desnecessária e quebra do fluxo do jogo - até fazer pazes com tudo que precisava pra liberar a fase final, não estava me aproveitando. Cortar itens de uma lista semi-arbitrária é uma melodia muito oposta ao ritmo frenético da arena.

Por trás das arenas, um pano de fundo de uma distopia fascista aparece exatamente o quanto precisa para estabelecer um tom aterrador à toda a razão da sua personagem de engajar nessa furada. Felizmente, por enquanto, o esporte de patins ao alvo segue sendo fictício, e instrumentalização de violência corporal como entretenimento é apenas uma noção fantasiosa. Lacradas à parte; é um bom jogo se você é desses nerds que gostam de platinar S-rank todas as fases de olhos vendados.

Unsighted é completo: pixel art efervescente e cheia de vida; trilha sonora carismática; puzzles, dungeons e bosses e itens e sequence breaking até dizer chega, e com um mapa bem conectado para esbanjar tudo que você conquista durante o jogo. De diferente, oferece uma controversa - para os fracos - decisão em colocar o jogo todo correndo contra um relógio. Embora pareça muito antitética a ideia de um jogo baseado em exploração e solução de puzzles te punir por demorar, achei que foi generoso o suficiente com seus recursos para te apressar sem desespero - tive que sofrer a perda de alguns personagens, porém consegui manter os meus favoritos vivos. Seu combate desbalanceado à favor de parries dá um twist legal à jogabilidade típica desses jogos; o ato de lançar o ataque carregado após uma sequência de parries dando uma satisfação que geralmente não se tem ao ficar mordiscando bosses.

É uma pena que apesar de suas inúmeras qualidades técnicas, eu não tenha me conectado emocionalmente com a história do jogo. Me importei com poucos dos NPCs e os mantinha vivos com base na sua utilidade, e não afeição. Ao começar o jogo, empolgadamente mudei a linguagem para português - e dei de cara com um texto que muitas vezes parecia ter sido traduzido do inglês, com até algumas expressões idiomáticas de gringo. Não questiono a brasilidade de Unsighted, porém achei o seu diálogo mais próximo de um desenho americano do que de uma história brasileira sobre resistência - e o que estava escrito não me cativou, ainda que a quase inevitável morte orgânica de personagens tenha ajudado muito em dar mais peso à narrativa.

Como nosso cenário de game dev é consideravelmente mais novo e humilde do que de outras potências, é claro que existe um bairrismo: às vezes, consideramos jogar um jogo porque ele é brasileiro, e não pelo que ele oferece como obra. Unsighted é um caso que não precisa de justificativa - duas mulheres brasileiras conseguiram fazer perto do impossível e produziram, quase sozinhas, um dos metroidvanias mais completos e polidos que se pode encontrar na feira. É uma conquista magnífica, que ajuda a solidificar nossa presença na arte e convence mais gente a botar a mão na massa.