Um RPG bem mais experimental do que eu esperava. Leva o estilo único de Ultima, com seu foco na exploração e diálogos, ao extremo - ao ponto de quase não dar mais pra considerar um RPG. Considerando a quantidade de puzzles envolvendo gerenciamento de inventário e manipulação de objetos e como o combate e progressão de personagens são quase dispensáveis, dá até para ver The Savage Empire mais como um adventure com interface de RPG do que um game tradicional do gênero.

O mais interessante do game, entretanto, fica por conta da ambientação. Qualquer RPG que foge da dobradinha Medieval/Sci-Fi já tem minha imediata atenção, e Savage Empire constrói uma narrativa de mundo perdido pulp com maestria. Todos os sistemas do jogo são adaptados para servir à esta narrativa, da magia baseada em oferendas a ídolos à economia baseada na posse comum e escambo. O resultado, além de bem único, possui ótima consistência temática - uma qualidade às vezes subestimada.