Uma montanha-russa de emoções, de fato.

Eu sou completamente apaixonada por Life is Strange 1, a jornada da Max e Chloe ao longo daquela semana caótica em Arcadia Bay, junto com a direção de arte, trilha sonora e narrativa, me encanta até hoje. De longe um dos meus jogos favoritos. Eventualmente eu joguei o Before the Storm e curti também. Quando adquiri um ps4, eu imediatamente joguei a demo do Captain Spirit e foi outra paixão a primeira vista, que personagem, clima, trilha sonora marcante, até hoje é uma das minhas demos favoritos. Só que eu acabei levando um tempo para conseguir jogar esse 2, um misto de "não queria comprar" com "não tenho tempo". Esse ano, com acesso na Plus, e um pouco de tempo ao longo de alguns meses, eu me aventurei nessa jornada do Sean e Daniel.

De começo eu posso dizer que a "vibe Life is Strange" continua viva aqui. A trilha sonora, mesmo que não seja tão marcante quanto a primeira pra mim, a direção de arte, os cenários e personagens que vemos pelo caminho, é tudo muito bem construído e que empolga. Um aspecto que eu acho que foi um salto do primeiro pra este é a exploração. Cada momento que o jogo te deixava solto pra explorar, ler, ver e aprender sobre tudo em volta, é onde eu mais me divertia jogando.

Falando da história, a relação entre o Sean e o Daniel é o destaque com certeza. Mesmo sendo filho único, não pude deixar de me empatizar e me apegar a essa dupla e sempre lutar para que ambos ficassem juntos. Ao longo dos cinco episódios pude ver vários momentos emblemáticos e pude notar como o peso das minhas decisões afetaram a narrativa.

Porém, sinto que há um sério problema de estrutura aqui. Por exemplo, no primeiro jogo, temos meio que uma corrida contra o tempo de 5 dias até a chegada do tornado, onde a cada episódio vemos como as mudanças que a Max faz afeta não só os personagens como o próprio clima. É uma construção de tensão que vai escalando até o ápice no final do episódio 4, que acaba entregando um último capítulo com um climax pesado, angustiante e, de certa forma empolgante. Nesse jogo, não tem isso. Existe uma estrutura repetitiva de: Momento de calmaria, local aberto para exploração, parece que tudo vai dar bom, algo inesperado ocorre e a última meia hora é tensa e corrida. Posso estar enganado, mas acho que os 5 episódios seguem a mesma fórmula. Eu sei que é uma Road Trip, que eles irem ao longo dos Estados Unidos, conhecendo as pessoas, vendo as vivências, faz parte da jornada, mas, ainda assim, é meio frustrante começar o capítulo final com mais da metade dele sem nada acontecer, pra algo do nada mudar tudo e fazer meia hora de tensão.

A respeito dos finais, sem spoiler. Eu não tinha visto nada do jogo antes, e joguei as cegas. Eu achei meio final injusto, por tudo que eu construí ao longo da jornada, as consequências não parecem vir dos meus atos, e sim algo jogado por cima pra chocar o player. Eu sou um grande crítico do final do primeiro jogo com a escolha A ou B que invalida tudo que foi feito antes. Nesse sentido, aqui é melhor desenvolvido, existem mais variações e que levam em consideração aquilo que fazemos, porém, após ver todas elas, eu sinto em dizer que ainda é pouco. Existem, oficialmente, 7 finais, mas, na real são 4 que se fazer a lógica certa são 2 com algumas variações. Não vou spoilar aqui, mas sinto uma laguna gigante de opções que poderiam resultar em algo diferente, mas que o jogo força a seguir um desses 2 ou 4 caminhos.

Por esses motivos, o final amargo (no mal sentido), a falta de tensão ao longo dos episódios (muitos momentos de calmaria) e uma certa frustação no resultado das minhas escolhas. Eu considero esse o pior dos Life is Strange. Não é um jogo ruim, MUITO longe disso, mas infelizmente não me agradou tanto quando os outros dois.

Reviewed on Dec 26, 2023


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