Um projeto ambicioso, que apesar de suas ressalvas, se destaca principalmente por seus acertos, e se mantém como sólido.

Muitas das sensações a respeito de alguns elementos foram agridoces para mim, hora parecia estar agradável, hora parecia estar arrastado ou não funcionando como deveria.

Apesar de inicialmente parecer interessante, a resolução dos puzzles se tornou cansativa e até mesmo insuportável em alguns pontos depois de um certo tempo, e sendo os mesmos uma grande fatia do que nos faz progredir, é um problema considerável.

Já o combate, é mais complexo, e pode até ser algo pessoal, mas foi me passada a impressão de que o sistema não foi feito pensado no combate com múltiplos inimigos, em trechos nesse contexto, as opções pareciam disfuncionais, não senti que estava agradável, mas em combates diretos contra um único inimigo, em especial contra chefes, foi o exato oposto, as mecânicas de combate são mais fluidas e bem mais divertidas.

No entanto, deixadas as ressalvas, é preciso comentar a respeito do que fez Hellblade fazer o barulho que fez quando foi lançado, o primor técnico no que se diz respeito a experiência audiovisual.

É impossível pensar em Hellblade sem relacionar com a necessidade e recomendação de se usar fones de ouvidos para uma experiência completa, e não é a toa. O trabalho feito com a ajuda de neurocientistas na retratação da psicose através dos visuais e principalmente das vozes é sublime, a imersão é inigualável e a mensagem é forte.

Alinhado a uma trilha sonora fantástica, um storytelling impecável e uma atuação de primeira classe de Melina Juergens como Senua, Hellblade é espantoso, principalmente se lembrarmos que tudo partiu de um estúdio independente.

Apesar de gostar do que vi, eu não sei se recomendaria com tanta segurança para qualquer pessoa, mas é definitivamente um trabalho artístico que merece ser experienciado pelo máximo de pessoas possível.

Reviewed on Nov 04, 2023


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