Dos jogos da série Hitman que experimentei, todos me proporcionaram uma sensação que raramente encontro em outros jogos: a percepção de que cada NPC exerce uma influência, seja direta ou indireta, na narrativa. Eles instilam um nervosismo constante, como se estivéssemos sob vigilância a todo momento, obrigando-nos a agir com cautela para evitar qualquer comportamento suspeito que possa nos comprometer. Desde a ansiedade ao entrar em um local com o traje inadequado até a tensão de parecer suspeito entre a multidão em uma festa, os jogos da série Hitman oferecem uma experiência imersiva única.

Admiro especialmente a variedade de abordagens para superar as fases, permitindo que os jogadores mais dedicados explorem múltiplos caminhos. O lançamento episódico, embora tenha sido uma proposta inovadora, acabou enfrentando desafios comerciais, visto que muitos jogadores não estavam familiarizados com esse modelo de distribuição fragmentada e relutavam em pagar por um jogo que seria entregue aos poucos ao longo de semanas. Confesso que também fiquei surpreso na época com essa decisão, só vindo a experimentar o jogo completo mais de um ano após o término do lançamento de todos os episódios.

Entretanto, não acredito que essa estratégia tenha comprometido a jogabilidade, pois cada fase é tão distinta entre si que o principal impacto recai sobre a narrativa. Ao concluir o jogo lá em 2019 (se minhas contas estiverem corretas), já percebia a história como confusa ao jogá-la de uma só vez. Revisitando o jogo através de análises em vídeo, constatei que essa foi uma questão enfrentada por muitos jogadores: a dificuldade em compreender a trama intrincada do jogo.

Apesar das falhas na narrativa, aprecio imensamente a experiência oferecida pelo jogo, pois acredito que ele resgatou o que a série tinha de melhor. Recomendo-o muito para os entusiastas do estilo stealth.

Reviewed on Feb 02, 2024


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