Ori é um jogo extraordinário onde tudo é lindo, a música é linda, a arte, os personagens, as áreas, TUDO. Esse foi o jogo que me fez amar o genêro Metroidvania e conhecer e me interessar por vários outros jogos do genêro.
Pode pular pra conclusão para ver um pequeno resumo dos tópicos e a conclusão.

-Enredo
O jogo possui uma história extremamente simples onde o único diálogo que temos... não é diálogo, é uma narração, feita pela Árvore do Espírito na qual origina Ori, o nosso personagem, que é tirado de seus galhos por uma tempestade e é encontrado por uma criatura adorável chamada Naru que o resgata e acolhe como filho. Depois de experimentar um pouco do dia-a-dia dos dois a Árvore do Espírito enche a floresta de Luz tentando chamar Ori, depois disso toda a Luz da Árvore misteriosamente desaparece. Após ver as dificuldades dos personagens, Ori foge até outra parte do mapa onde podemos jogar livremente e explorar até encontrar Sein, um orbe de Luz da árvore que pede ajuda a Ori a levá-lo até a árvore novamente; esse é o nosso objetivo até o final do jogo: entregar Sein para a Árvore e recuparar a Luz, para isso também é necessário recuperar os Elementos de Nibel, a região em que você está.

Como dito, a história é bem simples porém isso não tira seu mérito, ainda tem muitos momentos emocionantes, principalmente com ajuda da música.
Temos poucos personagens, cinco contando com Ori e a Árvore, todos tem seu charme e até desenvolvimento ao longo da história, principalmente a vilã principal.


-Jogabilidade
A jogabilidade é onde Ori mais brilha, literalmente, Ori é um espírito branco bem brilhante então muitas vezes eu morria por não conseguir me achar, mas isso é só um pequeno contra-tempo que não anula o quão incrível a jogabilidade é.

O jogo tem um foco maior na mobilidade e no genêro de Platforma; no início do jogo a jogabilidade é bem simples mas ao progredir você vai ter vários tipos de habilidades diferentes que se complementam e deixam a mobilidade extremamente satisfatória de se usar. Quero destacar uma habilidade bem única que é uma das mais interessantes e que é integrada na identidade do jogo: o Golpe, uma habilidade que permite que você use projéteis, inimigos e objetos para se impulsionar em uma direção ou redirecioná-los, enquanto o tempo é parado temporariamente; é uma habilidade simples mas é muito foda como o design faz ela parecer mais complexa do que parece e te faz usá-la de formas bem criativas.
O Golpe é uma habilidade que você desbloqueia por Árvores Ancestrais, que dão as principais habilidades do jogo, porém você também pode desbloquear melhorias e poderes secundárias por meio do Elo de Alma.
O Elo de Alma é uma mecânica interessante: basicamente, é um checkpoint em que você escolhe quando usar, se você tiver energia o suficiente. É com o Elo de Alma que você melhora e desbloqueia algumas habilidades secundárias.

Pra mim a jogabilidade só tem um pequeno defeito que seria o combate do jogo, digo que é pequeno porque, como já falei, o jogo é focado na mobilidade e genêro Platforma.
O Sein, personagem que você encontra no jogo, é o que você usa, primariamente, pra atacar inimigos, não o Ori. Ele ataca usando projéteis então você só fica longe parado apertando o botão várias vezes até o inimigo morrer, sem muito engamento contra a maioria dos inimigos sendo bem entendiante, mas não significa que todos os inimigos não sejam desafiadores. Realmente nem tem muita coisa pra falar sobre o combate além disso, é só simples ao extremo e entendiante.

Voltando ao quesito plataforma, há momentos épicos que são basicamente sequências de escape em que há uma série de obstáculos; esses momentos são frenéticos e muito desafiadores, acompanhados por músicas muito boas. Esses momentos são extremamente memoráveis e são basicamente um Skill-Check pra você mostrar o quão você aprendeu sobre a mobilidade incrível do jogo.

Falando em desafio, o jogo é bem desafiador, principalmente nos momentos de plataforma, os inimigos podem dar muito dano mas, como falei, a maioria deles, é só ficar longe apertando o botão de ataque até eles morrerem. A dificuldade tá em não morrer no mesmo espinho 77 vezes seguidas.


-Exploração
O fator Exploração é definitivamente a parte mais importante de qualquer Metroidvania, e Ori não falha em ter uma exploração boa, porém ainda com o sentimento de que falta algo.

Em Super Metroid, um dos precursores do genêro Metroidvania, a exploração é essencial tendo recompensas obrigatórias para continuar mas outras opcionais que aprimoram a personagem, deixando-a mais forte. A exploração é tão incentivada porque há muitos tipos de aprimoramentos que deixa a experiência melhor e mais fácil como: mais munição especial, tanques de energia e vários tipos de aprimoramentos para a sua arma primária.
Em Ori o únco motivo para explorar o mapa é aprimoramentos de vida, energia e pontos de experiência. A progressão do jogo é feita por esses pontos de experiência, e não pela exploração; por isso a exploração deixa este sentimento de que falta algo.

Dito isso, a exploração ainda é divertida, como um bom Metroidvania.
O jogo tem o clássico design de te prender em uma "sala" e te dar um novo poder principal, em que você precisa usar pra sair da sala. Desbloquear essas habilidades principais e então voltar às áreas anteriores que você não podia acessar é bem satisfatório, mesmo que as recompensas sejam mais prevísiveis.

Acessar essas áreas seria ainda mais satisfatórias se o jogo fosse um pouco menos linear, pelo menos é o que eu senti.
Além do seu objetivo ser mostrado no mapa, os poderes principais estão no caminho até o objetivo. Eu não lembro de nenhum poder principal em que você precisava voltar até uma área anterior, dessa vez com mais poderes, desbloqueá-lo e então progredir até o objetivo de novo, podendo descobrindo mais segredos que você não podia passar no caminho. Diferente de, novamente, Super Metroid em que, ás vezes, você precisar voltar atrás para depois progredir para frente.


-Trilha Sonora
As músicas desse jogo são simplesmente belíssimas, com certeza o jogo perderia muito do seu charme e a história perderia os momentos emocionais se não tivesse a música.

Algumas Favoritas:

Light of Nibel
First Steps Into Sunken Glades
Up the Spirit Caverns Walls


-Conclusão
Ori é um jogo bem importante pra mim, não só um dos meus favoritos mas aquele que me introduziu a um genêro que hoje eu amo: os Metroidvania.

Eu acho muito foda como esse jogo tem uma história tão simples mas tão cantivante, seja pelos personagens que conseguem se desenvolver bem ou pelos momentos emocionais, não chorei, quase nunca choro com jogo, mas da aquele aperto.
Os personagens conseguem cativar mesmo tendo um desenvolvimento breve e eu nunca parei de sentir empatia por eles.

A jogabilidade é uma das mais satisfatórias dos jogos de Plataforma que já joguei, é extremamente fluído e muito bom usar elas em conjunto. As seções de plataforma também são muito bem feitas, às vezes incluindo pequenos puzzles, sempre fazendo você usar os poderes de forma fluída e criativa.
É só uma pena que o combate esteja só... lá. Ainda não tenho nada a falar sobre além de que é simples e entendiante.

A exploração eu admito que não é a melhor, mas com certeza não é ruim; em vez da progressão acontecer por meio de pontos de experiência, deveria acontecer pela exploração, na minha opinião isso devia ser sempre padrão em qualquer Metroidvania. Mas isso ainda nunca me impediu de voltar e explorar cada canto do mapa.

A trilha sonora é com certeza uma das mais lindas que já ouvi, de todos os tipos; músicas calmas, épicas, tristes, todas feitas de forma maestral. A música está completamente ligada à experiência.

Mesmo podendo ter sido melhor, Ori ainda é um ótimo jogo acima da média e um dos melhores que já joguei. Recomendo a fãs de Metroidvania e, principalmente, fãs de jogos de Plataforma. E se você se emociona muito fácil... já vai se preparando caso jogue.

Reviewed on Sep 21, 2021


Comments