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"Vou encarar o medo e escolher viver. Não sei bem como vou conseguir, mas talvez isso também faça parte de viver."

A arte de Persona 3 é uma das coisas mais impressionantes. O que eles fizeram com a UI desse jogo é incrível. Todos os menus são LINDOS e muito marcantes. Muitas vezes eu abria só para ver as animações dele, sem falar durante a batalha, o rosto do personagem aparecendo quando vai dar um ataque crítico ou atingir fraqueza.

Mais um Persona que vai concorrer à melhor trilha sonora de todos os jogos. Os caras cozinharam demais. Não sei como é possível eu ter escutado "It's Going Down" pelo menos umas 1000 vezes e ainda achar pouco. A música que toca na escola depois do outono também é maravilhosa e não tem como não citar "Color Your Night". Simplesmente, o mais alto nível de ost.

A gameplay está ótima, assim como em todos os jogos da série. Para mim, é a melhor batalha de turnos que já joguei. Super dinâmica e divertida. Pena que, no geral, achei esse jogo bastante fácil. Inclusive, o último boss foi super decepcionante no quesito dificuldade. A dungeon do jogo, o Tartarus, é super enjoativa. Mais ou menos ali pela metade dela (andar 150), eu já estava de saco cheio de ir lá. Adorava as batalhas, mas odiava explorar o lugar.

Eu adorei os personagens, especialmente Junpei e Aigis, que carregam o jogo nas costas. Mas odiei como o jogo trata os social links deles. Simplesmente não existe social link com os membros masculinos e com as mulheres só libera depois de você maximizar um dos atributos sociais. Achei essa decisão horrível. Também senti falta de mais momentos em grupo. Tem pouquíssimos. O jogo não conseguiu me passar a sensação de que eu estava entre amigos.

Provavelmente a melhor história dos Personas que já joguei. Muito bem construída e com uma coragem imensa de encarar um tema tão forte quanto a morte. E que mérito de conseguir trabalhar tão bem tantas visões sobre ela. Só senti que ela demora muito para começar a desenrolar. Até o mês 6 não acontece nada, mas lá para outubro, quando a Chidori aparece, ela começa a engrenar.

Não vou dar spoiler, mas tem um monólogo no fim do jogo que acabou comigo. Como pode um jogo retratar tão bem algo que provavelmente todo mundo passou ou vai passar? O sentimento de estar perdido, de não ter um objetivo, simplesmente perfeito.

Recomendo muito todo mundo jogar, foi uma ótima experiência.

A melhor história sobre salvar o planeta que já vi, eu imagino como deve ter sido doido jogar isso na época de lançamento, que jogo diferenciado vei.

As primeiras 10 hora do jogo em Midgard, pra mim, é basicamente perfeito, toda construção, você vendo as personalidades, motivações, sejam elas falsas ou verdadeiras, a construção da relação do grupo, tudo muito bom.

Falando nas personalidades, é ótimo ver em retrospectiva como os personagens são no começo e como eles terminam, a desconstrução do Cloud como o herói egdy e badass, o Barret salvador do mundo, a Aerith (Sim, é Aerith e não Aeris) como uma simples jardineira e a Tifa não muda muito, mas você entende o por que dela ser desse jeito.

É engraçado pensar em como o Cloud é no começo do jogo, ele é o herói descolado, não liga pra ninguém, ou tenta não ligar, já que em diversos momentos pela reação dele pra pra perceber o quanto ele se importa, o próprio jogo tira essa personalidade dele pra ridículo e funciona muito bem. No final da primeira dungeon, você já percebe que há algo errado com ele, já que ele escuta vozes.

Lá pro meio do jogo quando começa a mostrar o que tem de errado é simplesmente PERFEITO, que plot massa, que desconstrução de personagem, o herói fodão cada vez mais com medo, necessitado de ajuda, receoso, simplesmente perfeito. a contra ponto, a Aerith cada vez mais se mostrando a protagonista, mostrando quem realmente é a personagem especial da história.

Tem uma cena que achei muito boa, lá quando a gente chega em Cosmo Canyon, que é a cena da fogueira, pela primeira vez os personagens sendo mais honestos com eles mesmos e com o grupo, cada um falando a nova motivação pra continuar a querer salvar o planeta.

Ainda no CD1, tem outra coisa incrível, que é a construção do mito do Sephiroth, ele não é mostrado até sei lá, umas 15 horas de jogo, mas você desde o começo escuta falar como ele é o cara, como ele é forte, e quando ele aparece você sente isso na pele, é engraçado que não é só pro Cloud que o Sephiroth é um exemplo, já que a nossa meta também é ficar tão forte quanto ele, a cena da cobra empalada por ele depois de você não conseguir nem encostar nela é muito foda, todas as vezes que ele aparece é pra reforçar esse mito dele ser muito foda.

O jeito que o CD1 acaba é algo de outro mundo, que coragem, que sensibilidade foi deixar a musica tocando durante a boss fight, eu adorei.

O maior problema do jogo pra mim vem agora que são as merda dos mini-game, po o cd1 acaba de um jeito muito emocionante e o cd2 começa com snowboard, escalada, tapa na cara, muito chato, sem falar no submarino e se brincar eu ainda to esquecendo algum.

Mas é no CD2, onde está a melhor parte da história, que são as revelações em volta do cloud, a cena em que ele descobre tudo e simplesmente desmorona é extremamente impactante, assim como a cena dele se reconstruindo, ele percebendo por meio da Tifa que ele só vai poder salvar o mundo depois de se salvar, se conhecer, é PERFEITO! a Tifa nessa parte também está ótima, expressando o que estava guardado no peito desde o começo do jogo.

Amei jogar Final Fantasy VII, apesar que infelizmente o jogo já está um pouco datado, fiquei bastante perdido algumas vezes, os cenários pré-redenrizados hoje em dia não é tão legal, mas videogame é arte, e FFVII em quesito artístico não envelheceu nada, ainda se destaca e é ótimo, ele também é bastante ousado tentando misturar FMV com gameplay, revolucionário demais, recomendo muito.