Posso dizer com confiança que, de modo geral, gostei mais de Resident Evil Village do que do 7. O oitavo título deixa de lado a maior parte das mecânicas de terror do antecessor, mas em contrapartida entrega um jogo mais diversificado, uma segunda metade mais consistente e algumas sequências de combate bem divertidas.

O problema, entretanto, é que a linearidade excessiva de algumas fases acaba resultando num baita potencial desperdiçado. O Castelo Dimitrescu é o maior exemplo disso: o que parecia ser o grande destaque do jogo, na verdade não passa de uma casa mal-assombrada de parque de diversões, onde a exploração é deixada de lado e todos os itens necessários para avançar são entregues de bandeja ao jogador. O trecho tem, sim, coisas legais, como o combate na adega e a própria Dimitrescu perseguindo o jogador, mas a progressão dentro do castelo é muito decepcionante.

É a fase da fábrica, na verdade, que é o ponto mais alto do jogo. São três andares para exploração, ligados por uma quest criativa envolvendo a coleta de moldes e com direito a segredos que exigem atenção e um backtracking muito legal. Além disso, os inimigos únicos da área oferecem oportunidades de confrontos extremamente instigantes.

Outras partes do jogo também são boas, em especial a área central da vila, que conta com alguns momentos opcionais de exploração, e a fortaleza, que contém a melhor seção de combate durante toda a campanha. A casa Beneviento é mais um destaque, embora eu imagine que boa parte da graça dela vá embora durante jogadas subsequentes, especialmente se não houver aleatoriedade no posicionamento do chefe.

Só é uma pena que o jogo perca algumas oportunidades bem grandes. Fora o já mencionado trecho do castelo, o sistema de inventário inspirado em Resident Evil 4 é inteiramente desperdiçado em favor de oferecer tanto espaço ao jogador que nunca nem é necessário manuseá-lo. Ou seja, o inventário perde toda sua razão de existir em Village.

Reviewed on Apr 07, 2023


Comments