Essa análise diz respeito especificamente ao primeiro God of War, que faz parte dessa coleção.

Não é a primeira vez que jogo. Joguei muito na época do lançamento. O world design me causa espanto até hoje: andar por arquiteturas impossíveis, manipular mecanismos absurdos e enfrentar releituras das criaturas da mitologia grega.

O combate é prazeroso e funcional. As sequências de movimentos que o Kratos faz parecem uma dança infernal e têm muito estilo até hoje.

Todos personagens transitam entre "carisma de uma ervilha" e "completamente descartáveis". O Kratos, especialmente, é raso. No primeiro jogo da série, ainda existe uma fagulha de desenvolvimento de personagem. Ele demonstra arrependimento por suas ações e raiva contra aquele que o induziu a tais ações, mas carece de desenvolvimento e tem a profundidade de um pires.

Nos demais jogos até a geração do PS3, ele se torna um personagem totalmente detestável. Parece uma criança birrenta no corpo de um marmanjo que só sabe gritar e matar. Realmente, os deuses do Olimpo podem ser bem babacas às vezes. Afinal, eles são um reflexo dos humanos. Mas, aqui, é todo mundo unidimensional. Os deuses são só escrotos e ponto, e o Kratos não é diferente.

Isso é só um exemplo do padrão de desenvolvimento de personagens da época (tudo muito masculino e edgy), algo que envelheceu muito mal, especialmente a forma como as personagens femininas são retratadas no GoW e vários outros jogos, de forma hiperssexualizada gratuita e rasa para agradar os jogadores homens. Os mini games de sexo são vergonhosos.

Curiosamente, eu penso que o desenvolvimento do Kratos de God of War 2018 se torna ainda melhor quando consideramos o seu passado problemático (tanto do ponto de vista de história, quanto de decisão artística). Mas essa discussão fica pra outro review.

Os desafios de plataforma no GoW são um estorvo e servem apenas para deixar o jogo inchado e causar frustração. Não agregam absolutamente nada de bom ao game design.

TLDR: algumas coisas envelheceram como leite, outras permanecem excelentes até hoje. Foi um jogo que mudou a indústria, para bem e para mal.

Sobre o aspecto técnico em si, a versão de PS Vita é provavelmente o pior port de um jogo que já joguei. De alguma forma, parece pior do que a versão de PS2. A imagem é escura, borrada, tem quedas agressivas de fps, o som é abafado e tem bugs nos controles. É um port porco e preguiçoso. Recomendo evitar ao máximo.

P.S.: quick time events nunca deveriam ter sido inventados.

É um beat'em up básico que resume a história do Dragon Ball original. Os maiores destaques dele são a pixel art e animações. O combate é minimamente funcional, mas meio desengonçado, e o level design é... ok. Não é uma joia oculta, mas carrega o charme dos jogos de Game Boy Advance.

Eu adorava a versão de SNES quando criança, ainda que sem entender nada porque os textos eram em japonês. Mas considerando que eu não tinha muito critério, qualquer lixo poderia ser divertido. Envelheceu meio mal.

Jogar isso aqui foi uma experiência mais irritante do que agradável, um teste de paciência. Não recomendo.