PT / English review

O Dragão Azul

Blue Dragon, uma criação do renomado Dream Team dos RPGs, com a participação de Akira Toriyama, Hironobu Sakaguchi e Nobuo Uematsu, tinha todos os ingredientes para ser um RPG excepcional e um clássico instantâneo. No entanto, apesar de suas qualidades notáveis, ele não alcança as alturas estabelecidas por outras obras aclamadas desses artistas ilustres, como Final Fantasy ou Dragon Quest.

Desde o início, é importante reconhecer que Blue Dragon não é um jogo comum. A colaboração de Toriyama no design de personagens, Sakaguchi na produção e Uematsu na trilha sonora prometia uma experiência de jogo que poderia rivalizar com os grandes. Infelizmente, enquanto a trilha sonora pode se equiparar aos clássicos, a execução geral do jogo carece da profundidade e impacto esperados de uma equipe tão distinta.

A trama, embora agradável e bem elaborada, sucumbe a clichês, girando em torno de heróis clássicos confrontando um vilão malévolo com ambições de dominação mundial. Os personagens, embora bem definidos, carecem de nuances, se encaixando nas categorias arquetípicas de bom ou ruim, com pouco espaço para tons de cinza. Mesmo a tentativa de explorar temas sérios, como as consequências da guerra, parece um tanto subdesenvolvida e superficial.

Ao examinar a jogabilidade, Blue Dragon adere ao formato clássico de RPG por turnos, introduzindo algumas variações interessantes. A inclusão de requisitos de tempo para pressionar botões em magias ou ataques adiciona uma camada de estratégia, proporcionando um toque único à fórmula tradicional. A liberdade para atribuir classes desejadas a qualquer personagem oferece flexibilidade, permitindo que os jogadores experimentem com o desenvolvimento dos personagens. No entanto, o jogo sutilmente direciona os jogadores para atribuições de classes predefinidas para cada personagem, diminuindo parte do potencial para estilos de jogo diversos.

Um aspecto louvável de Blue Dragon é a capacidade de ver todos os inimigos no mapa, permitindo que os jogadores tomem decisões informadas sobre participar ou não em batalhas. Os gráficos, reminiscentes do trabalho clássico de Toriyama, Dragon Ball, evocam uma sensação de nostalgia e charme. O estilo visual, semelhante à massa de modelar, adiciona uma estética única e atraente à apresentação geral.

Em conclusão, Blue Dragon se apresenta como um jogo com um potencial significativo que não alcança o status de clássico instantâneo que aspirava ser. Embora possua qualidades admiráveis e elementos agradáveis, ele se contenta em ser apenas mais um JRPG básico e clichê. Apesar do meu genuíno prazer no jogo, persiste uma sensação duradoura de expectativas não atendidas, pois eu esperava uma experiência mais profunda e inovadora dessa colaboração ilustre.

//////////////////

Blue Dragon, a creation of the renowned Dream Team of RPGs featuring Akira Toriyama, Hironobu Sakaguchi, and Nobuo Uematsu, had all the ingredients to be an exceptional RPG and an instant classic. However, despite its notable qualities, it falls short of reaching the heights set by other acclaimed works of these illustrious artists, such as Final Fantasy or Dragon Quest.

From the outset, it's important to recognize that Blue Dragon is no ordinary game. The collaboration of Toriyama in character design, Sakaguchi in production, and Uematsu in the soundtrack promised a gaming experience that could rival the greats. Unfortunately, while the soundtrack may hold its own against classics, the overall execution of the game lacks the depth and impact expected from such a distinguished team.

The plot, though pleasant and well-crafted, succumbs to clichés, revolving around classic heroes confronting an evil villain with ambitions of world domination. The characters, while well-defined, lack nuance, fitting into the archetypal categories of good or bad, with little room for shades of gray. Even the attempt to explore serious themes, such as the consequences of war, feels somewhat underdeveloped and superficial.

In examining the gameplay, Blue Dragon adheres to the classic turn-based RPG format, introducing some interesting variations. The inclusion of timing requirements for button presses in spells or attacks adds a layer of strategy, providing a unique twist to the traditional formula. The freedom to assign desired classes to any character offers flexibility, allowing players to experiment with character development. However, the game subtly nudges players towards predetermined class assignments for each character, diminishing some of the potential for diverse playstyles.

One commendable aspect of Blue Dragon is the ability to see all enemies on the map, enabling players to make informed decisions about engaging in battles. The graphics, reminiscent of Toriyama's classic work, Dragon Ball, evoke a sense of nostalgia and charm. The visual style, akin to modeling clay, adds a unique and appealing aesthetic to the overall presentation.

In conclusion, Blue Dragon stands as a game with significant potential that falls short of becoming the instant classic it aspired to be. While it possesses admirable qualities and enjoyable elements, it settles for being just another basic and clichéd JRPG. Despite my genuine enjoyment of the game, there remains a lingering sense of unfulfilled expectations, as I had hoped for a more profound and groundbreaking experience from this illustrious collaboration.

Reviewed on Dec 02, 2023


Comments