Eu esperava muito desse aqui por causa do grande clamor que sempre vi esse recebendo. Esse é outro Castlevania que estava há muitos anos no meu backlog e finalmente pude pegar para jogar no meu 3DS destravado (inclusive, destravar o 3DS é extremamente fácil e eu recomendo que você faça o mesmo).

Eu sinto que ao mesmo tempo em que Order of Ecclesia é um avanço para a fórmula da série, ele também dá alguns passos para trás.

Eu gosto muito da história da série e era muito interessado em pegar esse aqui porque ele se passa naquele momento chave da timeline em que os Belmont desaparecem, e com isso, outros clãs e outras instituições precisam combater as criaturas da noite. A história da Ordem parecia muito bacana, a Shanoa é bem estilosa e misteriosa, e sempre fiquei com essa pulga atrás da orelha em pensar que talvez fosse esse o jogo que iria melhor explicar a situação do desaparecimento dos Belmont e o lance com o chicote. Infelizmente o jogo não faz nada interessante com esses vários elementos e acaba que a história aqui é bem simples, direto ao ponto e sem muitas cerimônias ou com eventos que serão importantes para o futuro dessa timeline, o que me frustrou um pouco.

No entanto, isso aqui é um videogame, e não um livro para se importar tanto assim com a história, por isso bola pra frente. Sobre a jogabilidade, esse jogo tem muitas coisas legais. O sistema de glyphs é uma versão reformulada de uma mecânica do Aria of Sorrow, e aqui ela tem seus altos e baixos. Acho interessante como o sistema é mais simplificado e dinâmico, te dando até a oportunidade de colocar uma habilidade em cada mão, o que pode ser bem apelão; mas sinto que a maioria desses glyphs são bem inúteis, e por isso usei muito pouco deles.

Os chefes são uma parte essencial de Castlevania, e aqui eu acho que eles não foram muito bem colocados. A dificuldade do jogo é muito alta e os inimigos tiram muito dano, no entanto, as batalhas acabam ficando com uma dificuldade um tanto artificial já que elas meio que demoram para sempre para terminar. Alguns chefes são interessantes como a luta contra o Albus, a Morte e até mesmo o Drácula, que apesar de bem difícil, ele tem um padrão que é possível de pegar. Entretanto, esse jogo tem sua parcela de chefes filadaputas, e inclusive tem a sua própria versão da Bed of Chaos do Dark Souls, o cavalo gigantão lá do castelo do Drácula, um chefe extremamente cansativo, apelão e um tanto injusto. Sem zoeira, eu demorei pelo menos uns 20 minutos para matar esse filho da puta, e isso em apenas uma run, não estou contando as outras trocentas vezes que morri para ele. É com certeza o pior chefe da história dos Castlevania.

Na parte da exploração eu acho que o jogo faz bem na maior parte. Ele te dá um mundo mais aberto, com pequenos mapas contidos para explorar, só que uma hora você percebe que ele reutiliza o mesmo cenário diversas vezes no mesmo mapa, crtl c + ctrl v mesmo, o que é bizarro já que eu achei que mapas mais contidos significaria uma maior liberdade para criar os obstáculos sem depender de conectar a porra toda igual nos metroidvania que se passam apenas dentro do castelo.

Enfim, achei que o jogo tem boas ideias, mas ao mesmo tempo também houve uma vontade de experimentar que infelizmente não deu lá tão certo. O jogo não é ruim, mas talvez minhas expectativas estivessem altas demais.

Reviewed on Oct 22, 2022


2 Comments


1 year ago

Pior que eu tenho expectativas altíssimas pra ele também, espero que no meu caso a experiência seja mais positiva. Existe coisa pior que não ter suas expectativas na lua correspondidas?

1 year ago

@Hunyoshi

Pela minha experiência, acredito que se você for abordar o jogo com expectativas altas demais é capaz de sair detestando ele. Nesse caso minha recomendação seria jogar em doses homeopáticas, de pouquinho em pouquinho, sem muito compromisso, que acho que a experiência deve se tornar mais agradável. Lembrando que Order of Ecclesia não é um jogo ruim, mas acho que por ele ter uma formula um tanto "cansada", jogar de forma espaçada talvez torne a experiência melhor.