Bio
Eu jogo muita coisa velha.
Jogo basicamente RPGs e jogos japoneses.

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Eu não avalio aspectos técnicos de nenhum jogo, o meu sistema de pontuação é relacionado ao meu nível de "gostação" da obra.

★★★★★ - De alguma forma tocou o meu coraçãozinho.
★★★★ - Gostei muito e tenho vários elogios a fazer.
★★★ - Gostei.
★★ - No geral eu não gostei, mas tenho alguns elogios a fazer.
★ - Não gostei nem um pouco.
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Sim, Baldur's Gate 3 é tudo isso mesmo que andam dizendo pela internet, MAS CALMA LÁ!

Eu poderia abrir essa resenha fazendo um longa análise sobre como a indústria dos videogames dos tempos atuais opera e interligar isso com a situação econômica desse pós capitalismo em que vivemos, mas isso é um assunto delicado e creio que existam pessoas muito mais competentes para isso. A minha intenção seria a de mostrar que Baldur's Gate 3 não faz nada de revolucionário e tem vários problemas como qualquer outro jogo, mas que no entanto, a maneira como a Larian Studios conduziu o projeto, mesmo que aos trancos e barrancos, assim como foi sempre sincera e transparente com os jogadores e com os próprios trabalhadores da empresa, foi o que tornou esse um jogo tão especial e que merecidamente conquistou prêmios e corações.

Esse é um jogo muito difícil de se mergulhar no mundinho logo de cara, pois ao invés de seguir as tendências modernas de gameplay, a Larian vai em busca daquilo que fazia os RPG's de computador serem tão especiais no passado. É um jogo mais complexo em suas mecânicas que possibilita várias maneiras de completar diversos desafios e com isso possibilita com que o jogador crie sua própria história pela maneira como ele engaja com as mecânicas, e não apenas pela narrativa imposta pela jogo. Isso torna a experiência muito pessoal e recompensa muito os fãs do roleplay. A Larian sabia que tinha na manga esses dois tipos de públicos, o casual que só quer viver nesse mundinho e o hardcore que quer quebrar o jogo no meio; e isso reflete na maneira como o jogador pode customizar a sua experiência a partir das diversas escolhas de dificuldade que o jogo oferece.

Sinceramente eu não acho a história do jogo em geral grande coisa, acho que o forte acaba sendo mais no conflito pessoal dos personagens principais e nas diversas interações entre eles e seu herói customizável, uma coisa mais Dragon Quest, para aqueles mais familiarizados com o RPG japonês. O cuidado da Larian na caracterização desses personagens e em se preocupar com cada linha de diálogo, mesmo aquela que dificilmente serão vistas, junto do trabalho de atores de voz muito talentosos, fez com que esses personagens conquistassem o coração dos jogadores ao ponto de muitos deles praticamente considerarem Baldur's Gate 3 como um dating sim. Diversas vezes durante o jogo eu pensava nos meus próximos personagens e o tipo de história que eu queria criar dentro do jogo. Gosto bastante desses personagens e as mulheres desse jogo são todas lindas, ATÉ A SHADOWHEART.

Apesar disso tudo, Baldur's Gate 3 tem um lado que não vejo as pessoas comentando. É importante ressaltar que esse é um jogo com MUITOS bugs, possui partes visivelmente rushadas, itens e diálogos esquisitos que deixam claro que coisas foram cortadas da versão final, um ritmo truncado e nada gostoso em certas partes, além de um level design questionável nos atos 2 e 3 que não nos deixa claro que algumas coisas precisam ser feitas em uma ordem específica, com a solução sendo enfiar um monte de mensagem na cara do jogador dizendo "amigo, você não deveria ir aí porque vai foder várias quests e tal". Legal que a Larian esteja mensalmente lançando patches gigantescos com várias melhorias, com esse último (Fev/2024) agilizando bastante essa parte do microgerenciamento de itens que é um porre; só que isso foi uma coisa que com o tempo foi desestabilizando e bugando ainda mais a minha campanha que comecei final do ano passado. Eu realmente queria dar nota máxima para esse jogo, mas quando lembro das frustrações que tive relacionadas com esses problemas acima, sinto que não seria honesto da minha parte. É um grande jogo, mas calma lá.

Dito tudo isso, gostei muito de Baldur's Gate 3, mesmo com seus problemas. É um diamante em seu estado bruto, mas que ainda sim carrega coisas muito especiais em seu DNA que é o suficiente para fazer as pessoas se apaixonarem pela experiência mesmo assim. Seu sucesso é merecido, e eu gostaria que outras empresas estudassem seus pontos positivos e negativos, além da maneira como a Larian tocou esse projeto, para nos trazer grandes jogos no futuro que tenham o mínimo de respeito com os seus trabalhadores e com o público.

"Não existem finais prematuros. Não existem decisões erradas. Existem apenas novas perspectivas e começos. Esta é uma história de amor."

Conheci o jogo ano passado pela demo. Gostei tanto da proposta que nesse momento achei melhor ver ele só pela superfície para então mergulhar de cabeça na versão final que felizmente saiu esse ano.

Slay the Princess é um jogo curto ao estilo visual novel com foco no fator replay. As diversas escolhas do jogador moldam os vários cenários e resultam em diversos "finais" possíveis. Uma mistura interessante do terror, do erótico e da metalinguagem. Uma história aberta a diversas interpretações.

A narrativa aqui é um pouco diferente das VNs tradicionais, o que fazemos na verdade é explorar vários cenários diferentes divididos em blocos e que mudam de acordo com as escolhas tomadas, e aí sim, no final de 5 ciclos, vamos para os finalmentes do jogo em que tomamos a nossa escolha do que vamos fazer para decidir o destino de tudo. A quantidade de escolhas e desdobramento de eventos em cada um desses cenários é a graça do jogo e o que contribui para que ele seja jogado diversas vezes já que a princesa vai se transformando de acordo com as nossas ações.

Como o jogo opta por utilizar a metalinguagem para contar essas histórias, temos bastante o uso de metáforas e símbolos, e na maior parte das vezes as coisas são retratadas de forma muito abstratas ou então diretas até demais. Minha sensação é que o jogo acaba se perdendo um pouco na sua loucura e se atropela para passar a sua mensagem, que apesar de um pouco óbvia, pode acabar sendo um pouco esvaziada de significado nessa forma como o jogo funciona, apesar de que acredito que muitos jogadores consigam criar vários significados diferentes já que essa história possibilita com que possamos olhar para nós mesmos e na forma como interagimos com as pessoas.

O jogo é curto, mas depois de rejogar diversas vezes e fazer todas as 97 conquistas na steam, eu sinto que as propostas e ideias se tornam cansativas devido a essa natureza repetitiva.

A estagnação e a mudança são temas muito recorrentes e muito ligados aos atos de matar ou salvar essa princesa metafórica. Como não entendemos muito bem da primeira vez onde isso está nos levando, ficamos com um pouco de medo de se arriscar e tentar coisas novas, com a voz do narrador pesando em nossas escolhas por ser a nossa única referência nesse início de jogo. O que fica de Slay the Princess para mim é que essa é uma história sobre como as nossas interações tem impacto na vida das pessoas, e que nesse mundo de incertezas devemos seguir em frente e se tornar a mudança em que acreditamos.

O que realmente se sobressai para mim, no entanto, é o estilo do jogo. As artes são feitas à mão e são muito lindas, com as várias princesas sendo uma mais visualmente interessante que a outra, fora as músicas que também são muito boas. Além disso, tenho que tirar o chapéu para os atores de voz que conseguem te fisgar de uma maneira muito interessante, ficando evidente que esse projeto foi feito com muita paixão.

Falando nisso, a paixão está aqui em todo lugar, principalmente nos cenários mais violentos. Slay the Princess não possui cenas de nudez, mas com certeza é um jogo extremamente erótico, com esse elemento sendo trabalhado no subtexto. Em vários cenários temos essas cenas com os personagens brigando e se matando de todas as formas possíveis, mas a forma como isso é colocado em prática exala erotismo. A princesa demônio e a princesa mãos de lâmina são as minhas favoritas, e com certeza possuem os cenários mais divertidos de se explorar. Isso somado aos elementos de terror é o que torna essa uma experiência que me marcou bastante nesse ano de 2023. Com certeza o GOTY de quem gosta de mulher doidinha.

Uma história interessante, mas um pouco problemática; e um estilo de narrativa de terror único e que exala tesão. Gostei muito de Slay the Princess, mesmo com todos os seus defeitos.

Conceitualmente, eu achei Starfield um jogo maravilhoso; agora, mecanicamente, temos apenas um RPG da Bethesda com um ritmo de jogo muito esquisito.

De forma alguma esse texto será minha análise final do jogo: completei a main quest, fiz algumas side quests, namorei a Andreja, e nesse balaio tenho apenas 40 horas, o que é bem pouco se tratando desse tipo de jogo. No entanto, existem algumas coisas que gostaria de comentar sobre o jogo base antes de entupir isso aqui de mods.

Starfield é um jogo muito engraçado agora que a gente pode olhar para trás e ver toda a trajetória da Bethesda até chegar aqui. Na época eles falavam muito que a ideia estava demorando para progredir porque eles não tinham a tecnologia necessária para fazer o jogo que eles queriam, e eu entendo completamente o que se passava na cabecinha do Todd Howard. No entanto, em uma ironia 'Interestelar' (filme de 2014) da vida, o produto final acabou chegando um pouco defasado no ano de 2023.

Não é de hoje que a Creation Engine, a engine dos RPGs da Bethesda, se mostra algo defasado que parece que está segurando o jogo à base da fita adesiva e cola bastão. Felizmente o lançamento foi longe de ser um desastre com os famosos festivais de bugs com os quais esses jogos são conhecidos, mas ainda temos alguns problemas que existem desde sempre e que ainda não foram corrigidos: os NPCs ainda parecem muito mecânicos, alguns objetos não se comportam da forma como deveriam no mapa, e ainda vamos ter alguns crashes. No entanto, como grande ponto positivo temos o fato de que a Bethesda conseguiu fazer seu melhor sistema de combate até hoje, já que o tiroteio desse jogo é bem gostoso e bastante satisfatório. Se você também é véio de guerra nos jogos da empresa, convenhamos, a Creation Engine veio para ficar e não vai ter nada que possamos fazer quando a isso, mesmo com discordâncias, esse é um ponto passivo, estamos jogando esses jogos por buscando uma coisa maior.

A graça dos RPGs da Bethesda é você criar a sua própria história e viver o seu personagem a fim de se expressar durante a gameplay para moldar a história e o mundo à sua maneira. A graça aqui é se perder nesse mundão sem porteira. Depois de Morrowind essas características começaram a se perder nos jogos da empresa, chegando no desastre (criativo, não financeiro) que foi Fallout 4, um jogo com um enfoque narrativo mais cinematográfico e que tenho sentimentos mistos, já que marcou não só para mim, mas para todos os fãs, o que seria o início da queda da empresa que começou a tomar várias decisões criativas duvidosas e de implementação medíocre. Starfield veio para resolver isso e resgatar com maestria a essência de um RPG da Bethesda? Sim e não.

A exploração é tratada de uma forma muito esquisita nesse jogo. Como boa parte desses planetas são gerados proceduralmente, temos um mundo muito vazio que exige uma exploração mais contida. Os planetas possuem pontos de interesse que em si são bem ricos de coisas para se fazer e quem vão puxando várias side quests para você continuar a jogar, mas no momento em que saímos deles, as coisas ficam bem monótonas. Quando você começa o jogo, você ainda não saca isso muito bem, e como as pessoas tem mais familiaridade com No Man's Sky, isso faz com que joguem Starfield dessa mesma maneira, só que isso está errado, e não é difícil ver as pessoas odiando e dropando cedo o jogo devido a essa questão. Starfield não é No Man's Sky, e acredito que se o jogo tivesse um tutorial mais eficiente e direto ao ponto, esse tipo de coisa não aconteceria. Quando você se acostuma, a exploração se torna natural, mas até surgir esse "estalo" na sua cabeça, demora um bocadinho.

Fico feliz que o menino Todd Howard percebeu que em Fallout 4 ele errou, foi moleque, e tentou corrigir o problema do "roleplay" em Starfield. Nesse jogo é possível resolver seus problemas de várias formas possíveis, com algumas quests contendo até mesmo várias ramificações interessantes com base nas suas escolhas, perks, características de personagem, seu pano de fundo escolhido, entre outras coisas; com a conclusão de algumas quests depois dando às caras novamente já que houve um esforço de tornar esse um mundo vivo em que as pessoas respondem às atitudes tomadas pelo jogador. Eu gostei dessa abordagem, e só isso já me valeu o jogo, já que sei que a Bethesda está ouvindo a rapaziada e está tentando resgatar aquilo que faz seus jogos serem tão especiais.

Outra coisa interessante é que, depois de Morrowind, essa é a melhor main quest que a empresa já fez para seus RPGs (lembre-se que Fallout: New Vegas foi desenvolvido pela Obsidian). Ok, é verdade, a forma como alguns diálogos são escritos podem ser bem esquisitos, além de que as coisas demoram muito para engrenar; são críticas justas, mas no momento em que o jogo mostra todas as suas cartas, a experiência fica muito interessante.

Starfield tem essa aspecto Jornada nas Estrelas em que o espaço carrega vários mistérios e a humanidade precisa descobrir o que tem lá fora e se aventurar. No meio disso encontramos várias questões filosóficas para tentar explicar o fascínio com o espaço e com aquilo que é grande demais para a compreensão humana. O jogo trabalha de forma muito interessante essa comparação da efêmera vida humana em comparação à imensidão do universo. A história do jogo traz esse sentimentos de angústia em não saber o que nos espera lá na frente, os arrependimentos que carregamos em nossa vida, o que a gente tem o potencial de ser, o que poderíamos ter sido, e o que nunca fomos.

A minha interpretação da história é que a beleza da vida está nas pequenas coisas e que o progresso que alcançamos como humanidade deve vir de maneira coletiva, e não individual. Somos quem somos porque temos os nossos, e antes deles houveram outras pessoas que caminharam para que estivéssemos aqui. Todos nós temos o privilégio de viver todos juntos nesse exato momento do espaço-tempo, e esse tempo que passamos juntos é o que torna tudo tão especial. Acho muito interessante a forma como isso é integral para a história do jogo, sendo o principal motivo para tornar o nosso personagem tão especial ao contrário de antagonistas como o Caçador e o Arauto. Acho muito interessante o "desfecho" da main quest porque é algo muito pessoal, e a experiência com certeza vai variar de pessoa para pessoa.

Aqui eu poderia reservar um espaço para meter o pau no jogo em várias coisas que achei que foram implementadas de forma medíocre, ou então explicar várias mecânicas legais como o modo de criação das naves, mas isso não importa tanto para o tipo de texto que quis escrever.

No final da primeira etapa dessa minha jornada com o jogo eu só posso dizer que: Starfield são os amigos que fizemos pelo caminho.