Somente agora após 6 anos de seu lançamento me dei a liberdade de experimentar o tão bem falado Breath of the Wild. A razão para essa minha demora a princípio se mostrava pela falta de acesso, mas mesmo depois de finalmente tê-lo disponível para jogar, me vi postergando a obra, adiando essa jornada que no fim, muito me agradou. A verdade é que a elogiadíssima imensidão e liberdade que esse novo rumo de Zelda trouxe para a franquia me deixava bastante apreensivo antes de jogar, sobretudo devido a incômoda sensação de estar perdendo conteúdo.

Mas felizmente essa sombra em formato de ansiedade deixou de existir logo no início, quando iluminada pelo exemplar “tutorial” nada intrusivo e que organicamente entrega uma palinha da experiência através da Great Plateau, a primeira região que exploramos e que funciona quase como uma miniatura de todo o mundo de Breath of the Wild, uma área diversa em bioma, clima, criaturas e coisas para se fazer. Em seus primeiros momentos o jogo tem a coragem de te entregar toda a base que você vai precisar para explorar o grande mapa da forma que quiser.

Não demorou nada para a minha apreensão deixar de existir e dar espaço para sensação de recompensa ao alcançar um lugar específico que eu quis explorar ou ao solucionar os problemas que me apareciam com ideias que tive após minhas próprias experimentações. É muito engajante esse poder de expressão que temos usando as ferramentas ao nosso favor, foi o que mais me empolgou durante o jogo.

Entendo as críticas voltadas aos Shrines, miniaturas de dungeons que te dão um puzzle em troca da orb usada para aumentar a vida ou estamina. É verdade que depois de um tempo elas soam bastante repetitivas, visualmente semelhantes, simples e pouco inspiradas, mas felizmente não é necessário fazer todas elas para tirar um bom proveito do jogo e a sensação que tenho é de que esse excesso de 120 servem mais para preencher o mapa a fim de não faltar para os jogadores do que para incentivar o colecionismo mesmo. Solucionei 65 delas e para mim, isso foi mais do que o suficiente.

Mas se por um lado eu saio em defesa das Shrines, do outro eu compro a briga de quem não gostou das Divine Beats, os monumentos gigantes que parecem existir em função de servir como as novas dungeons da franquia, mas que mais se parece com pequenas Shrines acopladas em uma só, sem a alma e coesão de uma dungeon tradicional de Zelda. É aqui que deixo o meu lado saudosista tomar conta e me impedir de dar 5 estrelas para essa obra.

Breath of the Wild é no fim uma clara resposta às críticas direcionadas ao The Legend of Zelda: Skyward Sword que apontavam para este citado como um jogo seguro e preso dentro da fórmula dos Zeldas 3D. Sem dúvidas aqui vemos uma interpretação diferente da franquia, um novo rumo, que para existir, precisou abrir mão de muitos arquétipos e isso é corajoso.

E o mais legal é que deu certo, este novo caminho se mostra promissor. Não vou mentir, me apeguei ao modelo que vem sendo desenvolvido desde de Ocarina of Time, mas valorizo e muito a existência de Breath of the Wild, principalmente levando em consideração sua importância e (por enquanto) positiva influência para indústria.

Reviewed on Nov 01, 2023


Comments