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Dor. Amei

Uma coisa que me chamou atenção em Hello Charlotte, desde o primeiro jogo, é o fato da estética ser até que bem agradável, mesmo que psicodélica e perturbada em certos momentos e com o terror psicológico sendo presente na narrativa, boa parte das vezes ao menos, ela não me parece buscar causar um desconforto ao jogador, e esse jogo me faz entender o porquê. Por mais delicada e inocente que Charlotte seja, ela é uma criança extremamente traumatizada, ela busca sempre ver o melhor nos outros, mas nunca a si mesma, e os próprios cenários que ela nos mostra reflete isso, por mais que ela tente ver o melhor e esconder seus medos com cenários simplistas e monocromáticos, ou cenários com cores saturadas, eles ainda conseguem nos alcançar, e é curioso o fato de que os maiores medos da garota, se utilizam desses mesmos elementos para mostrar o quão distorcida é a mente dela. No fim, o que mais me assusta no jogo, é como esses medos vão gradualmente crescendo, e o quanto as expectativas da sociedade comum ao redor dela tem parte nisso.