O potencial desperdiçado de Death's Door.

Olha, foi amor a primeira vista. Assim para muitos, a expectativa era de que seria a grande surpresa de 2021 assim como Hollow Knight chegou de mansinho e foi surpreendente em 2017, e talvez isso acabou por impactar um pouco minha experiência com Death's Door. Não me entenda mal, eu adorei o jogo e por enquanto um dos meus jogos favoritos do ano, mas para quem jogou é notável o enorme potencial não aproveitado aqui.

Antes de mais nada, já deixo claro que o jogo só fica bom de fato da metade para o final, antes disso Death's Door é só mais um Zelda isométrico (ou zelda-like como preferir) só que medíocre: inimigos sem graça, história inicialmente não muito instigante, bosses conceitualmente interessantes mas mal aproveitados, puzzles e dungeons que funcionam de maneira repetitiva, personagens mal desenvolvidos e com poucas linhas de diálogos, combate monótono etc... isso tudo pelas primeiras 4~6 horas de jogo.

Felizmente, não é difícil suportar essas horas iniciais, já que o conjunto artístico te pega pela mão e não deixa você dropar o jogo. É um trabalho fenomenal realizado aqui, tanto visivelmente quanto sonoramente, e mostra o quanto o estúdio evoluiu desde Titan Souls.

Em diante, Death's Door brilha MUITO da metade para o final. É meio complicado descrever sem citar spoilers, mas resumidamente você consegue entender aonde a narrativa quis te levar até então, os temas que o jogo tenta abordar finalmente começam a aparecer, as batalhas contra os últimos chefões são muito legais, o combate e exploração ficam muito mais interessante de posse de todas as habilidades e a melhor parte: os segredos espalhados pelo mapa, que funcionam quase como um endgame e que ajudam a culminar a um final verdadeiro incrível.

No final do dia, Death's Door ainda é uma experiência bem positiva. É um demonstração de que nem todo jogo precisa ser longo para entreter, impressionar e contar uma boa história mesmo que em escopo pequeno. Só que infelizmente os créditos sobem e bate um pouco aquele gostinho de que ''hmmm, isso tinha tudo pra ser muito melhor''.

Reviewed on Feb 18, 2024


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