Esse jogo tinha uma mega responsabilidade nas costas, basicamente, como que ele iria fechar a trilogia desse reboot de Tomb Raider?

"Tomb Raider" é uma das poucas franquias de jogos "das antigas" que conseguiu um espaço na modernidade.
Bom, Shadow faz nossa Larinha embarcar em mais uma aventura mortal focada dessa vez na Amazônia peruana, na qual testa suas habilidades, laços, ideais e, não menos importante, seu passado.
Logo no começo estamos no México na cola da Trindade para evitar que eles destruam mais templos e criptas preciosas. E após uma exploração por um templo, Lara impaciente e obcecada pelo seu objetivo de impedir a Trindade a todo custo, leva ela a cometer um erro tremendo, dando início assim a um apocalipse maia.
Ironicamente esse acontecimento trágico no estória do jogo se passa no Día de los muertos. Tem que ter aquele tempero que faz o estômago revirar.
É notável que o jogo quer passar aquela atmosfera de "esse é o lado obscuro da arqueóloga Lara Croft" com um roteiro mais amadurecido, mas isso não acaba sendo reaproveitado no restante do jogo.


EXPLORAÇÃO/PROGRESSO, DIFICULDADE, ESTÓRIA, BUGS E PONTOS NEGATIVOS

- Um mundo semi-aberto maiorzinho e incrívelmente detalhado. A exploração está bem melhor que os dois jogos anteriores (isso na minha visão), fazendo você ter que adentrar ainda mais na selva para entender por onde ir e se localizar.
Algo que eu gosto bastante em jogos que incentivem a exploração é o fato de, após uma missão principal de apresentação, que eu possa ir pra qualquer canto que eu bem entender:
"Hmmmm, eu tenho que impedir o vilão de conseguir o objeto que irá reescrever o mundo?... vou ali rapidão explorar alguns mapas, entrar em 9 tumbas, 11 criptas e resolver seus enigmas."

- É bem tranquila, e o que possivelmente leva alguém a terminar o jogo. O stealth está bem mais polido nesse título e será uma mecânica essencial em sua jornada, tanto que agora Lara se cobrirá de lama para se camuflar mais pelo cenário.
Caso você queira ir atrás do 100%, já adianto que a dificuldade "Obsessão Mortal" é uma desgraça em forma digital, tem de tudo e mais um pouco do que você imaginar para dificultar a sua hospedagem no jogo, então eu recomendo jogar mais normalmente primeiro antes de enfrentar a última.
Mas tem um detalhe nessa dificuldade que, put@ que pariu, eu adorei que tiraram:

"Lara tagarela".

Acabei de inventar, gostaram?
De verdade, é sufocante você estar explorando algo novo e a Lara vir com seus 20 diálogos de dicas e observações diárias. Deixa eu ficar imersivo no jogo!! Não venha dar uma de Scooby-Doo pra cima de mim no momento em que entrarmos na cripta para resolver seus mistérios. Mistérios. A própria palavra já indica o que devemos fazer no local.
Desculpa, me exaltei.
Olha, possívelmente isso também existe no Rise, mas como não havia nenhum troféu que envolvesse a dificuldade mais alta, então eu só ignorei.

- A estória não fede e nem cheira.
Ela vai nos apresentando ao momento em que Lara e Jonah (nesse jogo ele tem mais destaque e dá um choque de realidade em Lara... mas seu rosto está diferente) se encontram após estarem na cola da Trindade por um tempo e vai caminhando até que normal, só que em determinado momento a narrativa se engrandece tanto que chega a ser surreal. Tipo assim, vamos colocar as cartas na mesa:

1º jogo = Deusa da tempestade de uma ilha japonesa;
2º jogo = Fonte da imortalidade;
3º jogo = Objetos que resetam o mundo a mando de seu portador(a).

Isso escalonou bem rápido, não sei vocês.
E ainda tem a desvantagem do jogo ter uma campanha curta. Não sei como que de uma cena nós estamos "tranquilos" para uma guerra contra o tempo em uma lenda maia.

- Os únicos bugs que pude presenciar nas minhas jogadas se resumem a algumas situações ocasionais, ou seja, não foram frequentes, no máximo uma ou duas vezes:

Lara não agarrar em paredes por não sei quais motivos;
O cabelo de Lara ficar muito claro do nada e voltar depois de alguns segundos;
NPC's sumindo durante interação, mas sua função ainda estar ativa;

- Vamos lá para a listinha:

Por mais que os mapas sejam visualmente incríveis e bem detalhados, eu me senti cansado quando fui atrás dos colecionáveis. Exageraram um pouco nesse título;
Eu até que comentei sobre o fato da dificuldade "Obsessão Mortal" conter o máximo para dificultar a sua experiência em game, mas o que leva a isso é pelo fator principal de os inimigos darem mais dano. Tipo assim, tire isso e você só tem NPC's que acabam caindo em todas as estratégias de uma dificuldade mais baixa;
O boss final eu particularmente não esperava muito dele, e ainda bem que não criei expectativas. Ele acaba sendo estupidamente fácil e muito rushado mesmo invocando seus "minions", mas consegue ser mais legal que o helicóptero do jogo anterior.


CONCLUSÃO

Bem, existem muitas outros tópicos que eu poderia ter adicionado nessa review, mas sendo sincero com vocês eu estou com preguiça e isso pode não acabar saindo do jeito que eu quero.
Para ser bem franco eu esperava que a conclusão desse terceiro jogo do reboot encerrasse com pelo menos uma chave de prata, mas o que acabei presenciando foi uma chave de bronze tingida de prata. Não foi o horror encorporado, ele apenas foi o ruinzinho.
Ainda assim eu recomendaria para alguém que esteja interessado em Tomb Raider ou algum jogo de exploração, e espero que caso haja uma continuação direta que seja bem digna da importância que Lara Croft tem no mundo dos jogos.

Reviewed on Nov 30, 2023


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