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Estou numa jornada de jogar toda a série Metroid, após o Zero Mission, parti para Samus Returns, um remake do Metroid 2 e também um retorno da franquia Metroid depois de muito tempo.

Sei que esse título é bem divisivo entre os fãs, já ouvi pessoas que dizem ser um dos melhores, assim como já ouvi dizerem ser um dos piores. E após jogar acho que consigo entender o motivo disso.

Samus Returns não é um jogo tão bem feito quanto Zero Mission. O remake do primeiro jogo é o arroz com feijão bem feito, não toma muitos riscos e nem faz coisas muito únicas, mas brilha dentro da sua simplicidade e consegue entregar uma experiência perfeitamente satisfatória.

O Samus Returns é o contrário, é um jogo ambicioso que traz ideias diferentes, como a mecânica de parry, e ativamente tenta coisas novas e interessantes. No entanto, ao tentar coisas novas, acaba tropeçando no básico e sendo muito mais problemático que seu antecessor.

Em resumo, eu diria que Samus Returns não é exatamente um jogo melhor que o Zero Mission, mas em compensação é um jogo mais interessante. O segundo jogo tem momentos muito mais marcantes e memoráveis, assim como tem momentos muito mais frustrantes ou tediosos.

Acho que dispensa apresentações mas Metroid é o clássico "busca-ação". É um jogo side-scroller com foco em exploração e em combate. E eu realmente gosto muito mais da exploração do Samus Returns do que do Zero Mission. O jogo é menos linear e recompensa bem mais a exploração do que o anterior, os power-ups são ótimos e realmente alteram a forma como você explora o ambiente.

Eu tenho meus problemas com a coisa de Metroid de ficar procurando blocos quebráveis escondidos no cenário e esse jogo encontra uma solução ótima pra isso: um scanner que mostra quais blocos são quebráveis. Gosto bastante dessa adição e funciona muito bem no contexto do jogo, não torna a exploração sem graça, ao mesmo tempo que impede aquele sentimento de frustração quando você não encontra um bloco extremamente escondido que era necessário para progredir.

O combate também é ótimo e brilha nas lutas contra chefes. A mecânica de parry é muito bem vinda na franquia e realmente adiciona muito na profundidade do combate.

Mas agora entro com duas das minhas reclamações principais. Apesar do ótimo combate, esse jogo tem um sério problema de repetição. Tem ótimos chefes, especialmente no terço final do jogo, mas por boa parte da experiência, você enfrenta os mesmos 4 chefes repetidas vezes. Sem brincadeira, tem chefe que você precisa enfrentar mais de 10 vezes. Alguns deles tem pequenas variações de uma luta pra outra, mas não o suficiente pra justificar tanta repetição.

O meu outro problema com esse jogo é que ele tem sérios problemas de qualidade de vida. Existem algumas estações pelo mapa que recuperam vida, energia e munição. Detalhe: existem três estações separadas para recuperar cada uma dessas coisas, não uma estação que recupera tudo de uma vez. Caso elas fossem frequentes e bem localizadas não seria um problema. Mas por algum motivo elas são relativamente escassas e normalmente localizadas em lugares meio aleatórios.

Em vários momentos eu chegava em um chefe com pouca vida e aí ou eu ficava grindando matando bicho ou eu tinha que fazer um bactracking imenso para recuperar vida, é algo que podia ser tranquilamente resolvido colocando essas estações sempre próximas dos chefes.

Mesmo assim, gostei muito de Samus Returns. Explorar nele é extremamente divertido, as lutas contra chefes únicos, apesar de poucas, são muito divertidas. Gosto muito do senso de progressão dele, os power-ups são criativos, úteis e divertidos de usar. O jogo sofre com a repetição e alguns problemas de qualidade de vida mas isso tá longe de estragar a experiência.