O melhor: A combinação de cenários 3D com personagens 2D tem sempre seu charme
O pior: Nenhum aspecto do jogo apresenta muita personalidade
Vamos torcer: Para Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes ser bem melhor que esse aqui

Estou definitivamente interessado no futuro RPG Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, sucessor espiritual dos Suikoden de PS1 feito por parte daquela mesma equipe. Eiyuden Chronicle: Rising é um jogo menor que serviria para introduzir esse novo universo, mas é difícil imaginar alguma coisa daqui sendo relevante no projeto principal, simplesmente porque há muito pouco o que se extrair.

Rising é um RPG de ação 2D, sobre uma aventureira em busca de tesouros que acaba virando uma espécie de "faz tudo" de uma cidade, fazendo favores e coletando recursos para expandir as opções de comércio local. Eu particularmente gosto muito quando um jogo tem um lugar como "HUB", que você pode ir evoluindo conforme progride, e nesse jogo isso é uma parte bem relevante. O progresso no começo parece recompensador, porém, o ciclo de: explorar dungeon, voltar pra cidade, e ficar perambulando pra todo canto tentando cumprir o maior número de sidequests possível, sendo que muitas delas envolvem voltar para lugares já visitados e enfrentar inimigos já derrotados uma vez, cansa muito rápido. Também porque o jogo é "artificialmente" muito maior do que ele precisava ser. Um exemplo disso é que, geralmente, em jogos do tipo existe apenas um único lugar que permite melhorias em todo tipo de equipamento, já em EC: Rising existe uma loja para aumentar os atributos das armas, uma outra para modificar as armas para obter novas habilidades, e uma terceira para melhorias das armaduras. Esses vários lugares que cuidam de uma pequena parte dos atributos e mecânicas dos seus personagens, apenas para ter mais NPCs responsáveis por mais sidequests para inflar o tempo de jogo... é uma decisão esquisita, principalmente porque absolutamente nenhum desses NPCs é interessante de qualquer forma.

E isso, infelizmente, acaba valendo para todos os aspectos do jogo. O combate é "ok", tem uma fluidez legal e o sistema de combos entre os personagens funciona bem. Mas a variedade de inimigos é ínfima, quando muito eles ganham alguma característica elemental e uma nova paleta de cores. A trilha sonora alterna momentos em que é quase imperceptível de tão genérica para outros onde é somente repetitiva e irritante. Tanto a história quanto os seus protagonistas são bem pouco memoráveis, de tão rasos. E os diálogos no geral são muito fracos. De ponto mais positivo fica a parte visual, mesmo os sprites não sendo muito trabalhados, os fundos em 3D são quase sempre muito bonitos.

Não é como se eu esperasse uma obra prima, mas não deixo de pensar que o jogo é uma decepção. E uma preocupação também. Espero e torço para que, tanto em relação à escrita quanto ao design das quests, EC: Hundred Heroes seja um jogo muito melhor que esse.

Reviewed on Feb 03, 2024


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