O melhor: Os visuais
O pior: Os puzzles em sua maioria são mais trabalhosos do que desafiadores e interessantes
Não confundir com: Cocoon, filme de 1985 do mesmo diretor de "O Grinch"

Cocoon é um jogo de puzzle feito por um designer ex-Playdead (Limbo e Inside), onde você controla um "homem-inseto" num mundo alienígena em busca de... algo. Como os jogos citados anteriormente, não há nenhum tipo de diálogo ou explicação sobre onde exatamente você está ou o que exatamente está acontecendo. Mas, diferente dos jogos da Playdead, Cocoon apresenta uma estética bem colorida, com alguns visuais que gerariam um belo papel de parede para o seu desktop. Ele é carregado do começo ao fim por essa estética e pelos seus puzzles, com alguns momentos de ação entre cada capítulo.

A mecânica principal envolve a manipulação de esferas, sendo que cada uma dessas esferas carrega um mundo dentro de si. Um conceito de ficção científica já apresentado em obras como MIB ou Rick and Morty, e que é muito bem utilizado nesse jogo. Cada capítulo consiste em explorar o mundo dentro de uma esfera, navegando e resolvendo os puzzles nele até uma Boss Battle. Após vencer o chefe, você pode utilizar a esfera para alguma habilidade específica que permite acesso a novas localidades no mundo e, claro, novas esferas. Eventualmente você estará manipulando várias esferas e entrando e saindo de diferentes mundos, o que pode intimidar um pouco, mas o fato é que os puzzles de Cocoon são, em sua maioria, bem simples.

Essa simplicidade e linearidade acabam tornando Cocoon um jogo menos interessante do que ele poderia ser. Se a solução de um puzzle não é imediatamente óbvia, é muito provável que a primeira coisa que o jogador tentar fazer já vai resolver o cenário. Até porque, por quase todo o jogo, não há muitas possibilidades de experimentação em busca de uma solução para um puzzle. Isso, por si só, não é exatamente algo ruim. O problema é que, por alguns momentos, talvez em uma tentativa de adicionar alguma complexidade, os puzzles podem se resumir num ir e voltar pelos mesmos cenários só para ativar os dispositivos necessários para prosseguir. Isso torna vários puzzles apenas trabalhosos e monótonos, e a maior parte deles eu avancei sem pensar muito no que estava fazendo. Não há estado de falha em Cocoon, então dificilmente o jogador irá "empacar" em alguma parte, mesmo nas batalhas contra chefes, interessantes visualmente mas também bastante simples.

Cocoon é curto, bonito e conceitualmente interessante, e está disponível no Game Pass, o que torna ele até fácil de se recomendar. Mas não achei que ele é particularmente memorável ou que é bem sucedido em utilizar suas mecânicas além do básico, o que é uma pena.

Reviewed on Mar 24, 2024


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