Night In The Woods opera dentro de uma lógica de repetição, o looping de dias e a repetição das rotinas dos personagens servem como uma representação do tédio ou da imobilidade que envolve a cidade, na mesma medida que a narrativa é feliz em estabelecer uma ideia de desesperança e falta de perspectiva dentro desse universo, tal pessimismo e a ideia de um apocalipse econômico em curso leva a imagem de um espiral, Night In The Woods dá voltas em torno de sí, se consome, e então acaba. É sobre o fim do mundo, mas também pode ser sobre reunir com seus amigos e aproveitar enquanto ainda estamos aqui.
Night in The Woods também se propõe a retratar uma geração ainda a ser entendida, o jogo embarca na leva de produções estadunidenses que tem como fundo social os reflexos da crise financeira de 2008 e o adensamento das políticas neoliberais, e é nesse contexto de desamparo social que surge uma geração imobilizada, equanimente distante da revolta e do bem-estar, mas a pergunta que a obra nos deixa é "Até quando?". 
É um jogo cheio de coração, em todos os sentido, é cheio de raiva também, gosto do quão claro quanto ao seu posicionamento ele é. Por mais jogos com a coragem de Night in The Woods.