Star Fox sempre me pareceu uma série meio parada no tempo. O que nasceu como uma experiência típica de arcade no pleno auge do SNES logo na geração seguinte sofreria um reboot que de tão similar à obra original poderia se passar por remake. Após um breve período de experimentalismo na sexta geração de consoles (algo completamente acidental, ocasionado através da infeliz canibalização de Dinosaur Planet), a série passou por um longo hiato para então receber um remake do reboot e, então, um reboot do reboot - reboot tão mal recebido que talvez a série ganhe um reboot do reboot do reboot no futuro.

Jogar Star Fox 2 me faz pensar que talvez seria melhor dizer que a série está perdida no tempo, em vez de parada. Nessa sequência cancelada que ficou quase duas décadas na geladeira vemos vários elementos originais e interessantes já poderiam estar sendo utilizados e desenvolvidos pela série há muito tempo: um sistema de estratégia em tempo semi-real, um mapa menos linear e mais dinâmico, mais tipos de missões e até um senso de urgência embutido no dano que Corneria recebe se você demora demais numa missão ou combate. Curiosamente, essas adições não fazem o jogo perder seu espírito de arcade. Pelo contrário, sua curta duração e a forma como a pontuação se integra com os novos sistemas é até um incentivo para você jogar repetidas vezes em busca de scores cada vez maiores.

O que seria de Star Fox se a franquia tivesse dado prosseguimento às ideias de sua sequência abortada em vez de repetir a primeira aventura da Raposa Estelar de novo mais uma vez one more time?

Reviewed on Dec 29, 2021


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