Após a decisão da Valve de cancelar o port pra Dreamcast de Half-Life 1, que estava praticamente completo, a sua expansão exclusiva foi lançada pra PC, três anos após o lançamento do jogo original, e dois após sua última expansão.

Já presenciamos a cascata de ressonância nos pés de um cientista certo no lugar errado e na perspectiva de um soldado que sequer sabia qual era sua missão. Na pele de Barney, um guarda qualquer, temos uma visão mundana de um cotidiano de alguém de pouca importância, evidenciado até mesmo pelo texto na tela que diz que sua vida é a última prioridade. Vemos, pela única vez, o evento catastrófico pelos olhos dos NPCs que encontramos durante toda a aventura.

A natureza cotidiana dá um charme a esse início e faz com que seja a melhor parte do jogo. O problema é que ela o permeia até o fim.
Não há armas novas como em Opposing Force, e temos menos que Gordon. Pra novos inimigos, nem mesmo os da expansão anterior retornam. De cenários, temos uma parte nova de Xen e as antigas instalações abandonadas de Black Mesa, ou seja, apenas modificações pequenas do que já vimos.
Ao navegar por esses ambientes, sinto que estou na pior versão de Black Mesa, onde muitas vezes me perco e o caminho a seguir não é tão claro. São tantos túneis e tantos headcrabs que fica pouco intuitivo.
De certa maneira, o design dessa expansão parece ser uma ponte entre o primeiro e segundo jogo. Cientistas e guardas se tornam personagens reais e nomeados, há longas conversas com eles e mais foco nesse companheirismo. Puzzles que envolvem manipular e mover objetos estão mais presentes que nunca, o que é a base do segundo jogo, mesmo que não seja muito bem implementado aqui.

Lembra quando eu comparei Opposing Force com a campanha Dark de Sonic Adventure 2? Blue Shift tá mais pra campanha bônus terciária de um survival horror.
Para um fã de Half-Life, vale muito a pena descobrir como Barney fugiu de Black Mesa nessa curta aventura. Fora isso, não há muito a se ver. Já fiz essas coisas, já conheço a história... É cotidiano, sem muita importância, como Barney- aquele que viria a se tornar um dos grandes heróis da resistência.

Um homem qualquer no lugar certo pode fazer toda a diferença no mundo.

Reviewed on Feb 04, 2024


4 Comments


2 months ago

Mesmo se fosse horrorivel não perderia por nada barney fugindo de black mesa!

2 months ago

Talvez a permanência do cotidiano seja a proposta do jogo mesmo, já que no jogo ele é um dos npcs e que esta sempre presente no dia a dia

2 months ago

Nenhuma das duas você mencionou a presença do Gman!!!!

2 months ago

@cellerepe Pode ser, mas isso não faz com que essa deixe de ser uma experiência inferior.
É claro que o G-Man tá presente, é Half-Life.