Poucos jogos conseguem ter um controle do ritmo tão bem feito como Resident Evil Village. Digo isso, pois estamos diante de uma obra que explora vários subgêneros do terror em um curto espaço de tempo (zerei em menos de 10 horas) e, ainda assim, consegue trazer intensidade e profundidade a cada uma de suas seções. Eu fiquei aterrorizado, perdido (no melhor dos sentidos), empolgado e emocionado ao longo do jogo inteiro, pois há uma dinâmica muito ágil entre diferentes humores gerados pelo level design e pela variedade de inimigos. É um deleite sair do estado de medo puro para o empoderamento de ter excelentes armas para enfrentar seus inimigos, ao mesmo tempo em que não se abandona o lado survival por termos que gerenciar munições e equipamentos.

Isso surge junto de uma história que está muito mais interessada em criar oportunidades para serem exploradas pelo gameplay do que se explicar. Sim, ela faz sentido e eu considero bem escrita, divertida e emocionante. Mas o norte de Village reside nessa ambiência de horror que se modifica a cada novo estágio, gerando desafios específicos e sensações que podem soar conflitantes (de um feto aterrorizante ao caos das máquinas), mas que fortalecem esse universo bizarro e cheio de coração que ele apresenta.

Interessante que mesmo esse interesse mais estético do game (isto é, a maneira que interagimos e percebemos esse mundo) não sacrifica um lado mais melodramático, onde o amor de um pai parece mais forte que qualquer um dos horrores. Eu fiquei legitimamente emocionado e senti que aqui temos um jogo cheio de coração, carinho e qualidade, que entretém com riqueza e me proporcionou minha melhor experiência com games no ano até o presente momento.

Eu acabei de zerar, mas já penso em quando irei explorar o vilarejo novamente. Obra-prima!

Reviewed on Mar 16, 2024


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