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Uma das melhores sensações ao experimentar qualquer forma de arte é se surpreender de forma positiva com uma obra que você não nutria tantas expectativas. Após uma experiência excepcional com Resident Evil Village, fui jogar o remake/remaster de Bob Esponja para relaxa, sem esperar uma grande experiência, mas algo que aliviasse as tensões após visitar o vilarejo amaldiçoado. No entanto, encontrei um jogo absolutamente sólido e divertido, que consegue reconstruir o universo de uma outra mídia sem sacrificar suas próprias potencialidades enquanto jogo. Dessa forma, Bob Esponja se revela um exemplar incrível de plataforma 3D, relembrando os melhores momentos de uma franquia que amo: Crash Bandicoot.

Para realizar isso, o game abraça elementos tradicionais do gênero e não busca explicá-los: eles apenas existem para reforçar as mecânicas de gameplay que, por natureza, surgem de forma orgânica e variada, contendo um ótimo ritmo que vai de seções de saltos perigosos a combates e puzzles simples. Não existe nada de muito desafiador no game e ele pode ser completado sem a necessidade de se coletar todas as Espátulas Douradas (item que desbloqueia as fases). Isso, porém, não é um demérito, mas uma força que dá mais poder de decisão ao jogador sobre quais desafios lhe são interessantes. No meu caso, me vi tão investido que coletei todas.

Para além do próprio level design (que remete ao desenho e é encantador em todos os sentidos), o jogo também apresenta variação em seus três personagens: Bob Esponja, Patrick Estrela e Sandy. Ainda que de forma sutil, cada personagem se encaixa em momentos específicos das fases, dando um respiro quando algo começa a soar repetitivo.

Termina sendo um jogo que relaxa, mas que também diverte ao extremo com seu universo que não se leva a sério, contando ainda com uma trilha sonora (não apenas a musical, mas também todos os efeitos) cartunesca e que nos permite adentrar ainda mais nesse universo infantil e, ao mesmo tempo, crítico. Ainda que carregue algumas questões técnicas da versão original do jogo (como a câmera às vezes problemática), é impressionante como Bob Esponja consegue ser viciante e variado, sendo um dos jogos mais divertidos que tive o prazer de jogar este ano até o momento.

Recomendo muito para qualquer fã de plataforma e Bob Esponja!

Assim como o jogo base, Shadows of Rose está mais interessado em experimentar as possibilidades do horror (e das dinâmicas de gameplay) do que seguir uma linha necessariamente consistente ou que "faça sentido". Claro que isso ganha força pela trama intimamente psicológica, mas eu acho maravilhoso o fato do jogo se preocupar muito mais com esse fator sensorial e experimental da coisa toda, delegando ao jogador uma verdadeira onda de emoções que variam a cada nova seção.

Ainda que atue num microcosmo do que é o Resident Evil 8, ele consegue soar completo, intenso e, principalmente, emocionante. Eu me vi nervoso em vários momentos, empoderado (e aqui a ajuda de um certo anjo da guarda se mostra muito especial), amedrontado, revoltado e, talvez de forma inesperada, chorei emocionado. Uma montanha russa, um jogo que se preocupa apenas em ser jogo e, nas influências cinematográficas, utilizar isso como ferramente para intensificar o seu propósito.

Mais um trabalho brilhante da Capcom, uma ode ao horror nos games, uma história de amor, um jogo absolutamente intenso e divertido.

Poucos jogos conseguem ter um controle do ritmo tão bem feito como Resident Evil Village. Digo isso, pois estamos diante de uma obra que explora vários subgêneros do terror em um curto espaço de tempo (zerei em menos de 10 horas) e, ainda assim, consegue trazer intensidade e profundidade a cada uma de suas seções. Eu fiquei aterrorizado, perdido (no melhor dos sentidos), empolgado e emocionado ao longo do jogo inteiro, pois há uma dinâmica muito ágil entre diferentes humores gerados pelo level design e pela variedade de inimigos. É um deleite sair do estado de medo puro para o empoderamento de ter excelentes armas para enfrentar seus inimigos, ao mesmo tempo em que não se abandona o lado survival por termos que gerenciar munições e equipamentos.

Isso surge junto de uma história que está muito mais interessada em criar oportunidades para serem exploradas pelo gameplay do que se explicar. Sim, ela faz sentido e eu considero bem escrita, divertida e emocionante. Mas o norte de Village reside nessa ambiência de horror que se modifica a cada novo estágio, gerando desafios específicos e sensações que podem soar conflitantes (de um feto aterrorizante ao caos das máquinas), mas que fortalecem esse universo bizarro e cheio de coração que ele apresenta.

Interessante que mesmo esse interesse mais estético do game (isto é, a maneira que interagimos e percebemos esse mundo) não sacrifica um lado mais melodramático, onde o amor de um pai parece mais forte que qualquer um dos horrores. Eu fiquei legitimamente emocionado e senti que aqui temos um jogo cheio de coração, carinho e qualidade, que entretém com riqueza e me proporcionou minha melhor experiência com games no ano até o presente momento.

Eu acabei de zerar, mas já penso em quando irei explorar o vilarejo novamente. Obra-prima!