Livre do desenvolvimento conturbado que seus dois antecedentes tiveram, Halo 3 estava com a bola levantada para cortar o final da trilogia com estilo. E foi exatamente isso que fizeram - enquanto os dois primeiros jogos mostraram o Master Chief como um super-soldado, aqui ele é solidificado como uma lenda. Os cenários são maiores, mais ambiciosos, as lutas sempre levam tudo para o mais explosivo e grandioso, todas as sensações dos jogos anteriores elevadas ao máximo em um final que no que carece da contemplação de antes, paga em empolgação. O ritmo aqui, tanto narrativo quanto em design dos mapas, é impecável; um crescendo que acaba em um estouro e homenagem ao primeiro jogo. Este final resume pra mim Halo 3: não se esquece de suas raízes, e delas cresce em uma obra maior do que a vida, deixando para sempre sua icônica marca no gênero.

Os três primeiros jogos de Halo formam uma trilogia clássica que me acompanhou da infância até o fim da adolescência, e foram pioneiros em diversos aspectos do cenário dos jogos, seu impacto transcendendo até o de seu gênero. Embora simplórios em sua história e narrativa e possam ser resumidos do começo ao fim com a frase “cara verde mata aliens”, a sua grandiosa atinge, até hoje, laços emocionais que não esperava, e a qualidade de sua jogabilidade é ainda divina como era em 2000. A sua energia misteriosa e contemplativa, sua trilha sonora lindíssima, seu design de encontros inigualável - são aspectos fantásticos de uma trilogia que até hoje se consolida como o pacote completo que é, elevando-se acima (e através) dos clichés que habita com tanto orgulho. Por mais que sua entrada mais nova seja de 2007, não consigo pensar em uma campanha de jogos de primeira pessoa que se equipare, e sinto que não encontrarei uma outra tão cedo.

Reviewed on Nov 03, 2020


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