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Em Hellblade, você incorpora o papel de Senua, uma mulher celta que foi até o submundo de Hel (o “purgatório” da mitologia nórdica) para recuperar a alma de seu marido. Senua é esquizofrênica e sofre de psicose, e por isso delira constantemente durante o jogo - vozes falam em sua cabeça te encorajando e desencorajando, vezes mentindo, vezes te ajudando. Conforme Senua se aprofunda no submundo, também se aprofunda em sua condição e em sua memória, e vários detalhes importantes da narrativa vão formando uma imagem completa de forma que a história passa a tomar rumos bem interessantes. A sua interação com o jogo é feita através de sistemas bem simples de resolver puzzles e combate, e acho que fizeram bem tanto em encaixar na narrativa e na personagem - as vozes de Senua atrapalham e contribuem durante o jogo - e contribuir para manter o ritmo da narrativa engajante. No fim, o que mais me vendeu foi Senua em si; sua doença foi tratada de forma bem respeitosa e interessante, com os desenvolvedores envolvendo vários consultores para criar uma personagem não caricata, e a personagem também foi dada vida por um ótimo sistema de captura de movimentos e uma boa atriz. O estúdio do jogo só tem doze funcionários, me admira ver que souberam muito bem jogar para todas suas forças e construir disso uma experiência emocionante, intrigante, significativa e coesa.

Reviewed on Nov 03, 2020


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