Sem falar uma palavra, entrega um mundo inteiro. Os básicos do metroidvania são destilados em sistemas delicadamente conectados: a sua movimentação e “barra de vida” são um recurso compartilhado, cada passo um trade-off, e ainda assim consegue nunca ser frustrante e sempre se mantém engajante. Esse constante cálculo torna cada esquina e cada caverna explorada uma decisão consciente, o design do mapa - que é bem aberto - sendo sutil (porém eficaz) em evitar o hábito frustrante de buscas força-bruta que o gênero às vezes carrega.

Uma, duas e mil estrelinhas dou para o movimento em si, que, além de muito bem conduzido em relação ao macro, também é uma delícia no micro, os controles uma maravilha - você controla seu peixonautinha em todos os eixo com a mesma facilidade que um profissional de Rocket League, e o jogo recompensa proatividade mecânica com boas janelas de oportunidade para quem quiser ousar um pouco no boost - o negócio tem que ser muito bem encaixado dentro do loop do jogo pra você querer usar sem parar mesmo com ele custando HP. A única coisa que senti falta foram mais desafios para quem tivesse vontade de empurrar esse sistema ao máximo.
A direção de arte é linda, original, e muito evocativa de uma qualidade meditativa e solene do oceano, por mais que durante sua jornada ele seja uma fonte de angústia e perigo - o jogo sabe bem te colocar no papel de um visitante, às vezes violento, e comunica perfeitamente este tom através da trilha sonora e da direção artística. A ambientação está aí pra brigar com as melhores que o mercado pode oferecer.

Honestamente, esse jogo é a quintessencial jóia escondida: ótimo de jogar, cheio de alma, barato, lindo, e ainda assim quase ninguém jogou ou sequer ouviu falar.

Reviewed on May 23, 2023


Comments