acho que uma das piores decisões que tomei na minha vida foi ter demorado 7 anos pra jogar esse jogo.

em 2016, inside ganhou indie do ano em uma categoria que continha firewatch, the witness, stardew e hyper light. a pior coisa dessas premiações (tga, oscars, enfim) é afirmar a "superioridade" de alguma coisa. tenho certeza que os desenvolvedores desses jogos possuem entre si um respeito imenso e, que sabem que ninguém ali fez algo melhor ou pior do que ninguém. pra mim isso é sempre muito mais emblemático na categoria dos jogos indie (hoje já um pouco distorcida por jogos não tão independentes assim). querer colocar uma obra de arte como hyper light drifter, que chega a ter uma honestidade que mareja os olhos ao conhecer a história de seu criador e ver o tanto de expressão que ele colocou aqui, em uma competição pra ver qual é o melhor, é muito triste.

eu poderia passar HORAS discutindo sobre as 4 regiões, como elas interagiam entre si, os conhecimentos de cada raça, as trocas culturais... mas não é sobre isso. esse jogo é especial, não apenas pela sua pixel art incrível, trilha sonora, level design, combate, história não-verbal, suas raízes em zelda, ou suas inspirações em dark souls. hyper light é especial pela sua mais sincera transparência. transparência essa, claro, com muito perfeccionismo e polimento, mas que nunca abandona a instância máxima que toda arte possui: sua inescapável humanidade.