"Why do people insist on creating things that will inevitably be destroyed?"

Gosto muito do grupo principal, todos tem um bom carisma e principalmente, uma evolução muito boa. Essa é uma das principais qualidades do game, como todos tem uma mudança gradual e se ao fim forem comparados a como eram no começo, a diferença é notória. A Terra é a principal nessa característica, já que ela tem toda a necessidade de descoberta de o porque estar viva e porque continuar vivendo, carregando o tema do jogo e fazendo dualidade ao Kefka, que carrega uma ideia um tanto quanto niilista, não vendo sentido na existência e porque continuar existindo. Os dois personagens são excelentes na execução dessas características, a Terra tem uma ótima jornada de autodescobrimento e construção com base na realização da perda e a importância da existência, e em contrapartida o Kefka, que além de executar perfeitamente a função de vilão como um bom filha da puta, tem a temática de degradação no niilismo e destruição, que junto a personalidade de palhaço doente, da um tom caótico sensacional, como se ele tivesse afundando na loucura a procura da resposta de porque continuar vivendo, eu poderia ir muito longe falando das características dele, facilmente um dos melhores vilões que já vi. Celes e Locke, além de compartilharem uma ótima relação com boas interações, carregam textos e momentos surpreendentemente pesados, o Locke com os arrependimentos, se prendendo no passado, e a Celes, com suas desconfianças sobre si mesma e outros, a procura de se entender e de alguém que possa entender-la.
A execução inteira do enredo é muito boa, com destaque ao world building. É bizarro como certas cenas são impactantes mesmo no visual datado de SNES, imagino tudo isso em um remake, onde até os mais simples dramas seriam intensificados por seiyuu e outras formas de impacto.
Uma das coisas que eu não sou muito fã é a obrigatoriedade de jogar com alguns personagens, como nesse jogo são 14 jogáveis, alguns deles são meio ruins e não me fazem ter vontade nenhuma de jogar com eles, prefiro um sistema onde eu apenas jogo com os que tenho interesse.
Gosto muito de toda a etapa do World of Ruin, ver como cada um seguiu a vida naquele desastre, se prendendo a vida de diferentes maneiras, e também gosto como funciona como jogo em si, a primeira metade é linear e te leva a cada ponto, enquanto essa segunda metade você é totalmente livre para fazer as coisas na ordem que quiser, ou até não fazer e simplesmente ir pra torre do Kekfa.
A gameplay é básica de RPG de turno, obviamente feita com maestria, boas individualidades e liberdade com o sistema de Esper. Inicialmente eu ia fazer apenas o obrigatório do jogo, mas me diverti tanto que acabei fazendo praticamente tudo. As Boss Fights são excelentes, principalmente a final, todo o design da "torre" de boss, as frases do Kefka, a música... "Dancing Mad" é uma das melhores osts de todos os jogos que joguei.

Reviewed on Jun 24, 2022


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