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ATOMIC HEART. Um jogo que desde 2018 eu vinha antecipando, talvez por seus gráficos absurdos, estilo visual diferente de muitas coisas que vimos e temática interessante, sendo uma mistura de conceitos similares a Bioshock (algo que a tempos queria mais) e que eu achava que jamais sairia e é, o jogo saiu. e por pouco cumpriu quase tudo que eu esperava, e me lembrou porque parar de hypar jogos Triple A

No quesito jogabilidade, Atomic Heart é incrivelmente sólido, tem um sistema de progressão interessante, permite tipos diferentes de builds e te permite testar todas elas sem nenhum prejuízo enorme, com a possibilidade de trocar as suas habilidades a qualquer momento, um mundo aberto bonito e com mecânicas interessantes que só tem maior utilidade durante a história, por vezes uma enorme falta de exposição sobre sistemas vitais do jogo (uso de elementos nas armas, dirigir carros e desativar uma área de robôs são exemplos quase essenciais que eu só descobri da metade para o final do jogo)

A ambientação do jogo é um dos pontos mais altos também, com um mundo esteticamente bem produzido, possuindo uma tecnologia que não deixa nada sem explicação e um estilo visual fortíssimo, Atomic Heart consegue te trazer pro mundo dele, da mais simples Vila Russa até o mais avançado laboratório subterrâneo, além de conter uma vasta gama de músicas na trilha sonora, contando com remixes de famosas músicas russas até as mais pesadas melodias do Mick Gordon para acompanhar momentos explosivos e de muita ação

Durante essa primeira seção, evitarei comentar spoilers sobre a história do jogo, deixarei bem claro quando for comentar sobre pontos chave. A história do jogo ao mesmo tempo que tem muito potencial e é interessante, não é uma história genial como Bioshock foi em 2008, mas também não é uma história completamente ignorável, por mais que o desenrolar dela por vezes seja bem demorado para expor um ponto óbvio ou dar tempo de menos para um ponto se desenvolver, ainda vale apena prestar uma certa atenção, não é uma história que não é curta visto que zerei o jogo em 22 horas mas também não fica muito mais tempo do que é bem vinda, principalmente podendo ser zerada em apenas 15 horas caso foque total e exclusivamente nela

O mundo aberto também é incrivelmente bonito e que valha apena ser explorado, é um mundo que por exceção de alguns pontos aqui e ali é bem insatisfatório de se explorar, visto que o jogo possui um sistema de alarme constante, fazendo com que caso você seja identificado, um enxame constante de inimigos te ataque, exceto se você desativar os robôs da área por um período de tempo que o jogo não explica como fazer uma mecânica quase que essencial, fazendo com que ser atacado a cada 10 minutos de tentativa de exploração seja bem frustrante, além dos veículos (um tipo de carro) tenha uma resistência de vidro, visto que encontraremos quantidades enormes de inimigos, não podemos atropelas pouquíssimos e dirigir com a precisão de um piloto de Formula 1 para o carro não explodir fazendo com que a exploração nos ambientes exteriores seja bastante demorada e até desinteressante

Quanto a otimização, nos ambientes internos o jogo está maravilhosamente bem otimizado, com detalhes por vezes até assustadores afim adicionar na imersão do jogo e pegando mais de 100 FPS até durante momentos de combate, no exterior já era bem complicado, mesmo com DLSS Ativado, ainda sofre para rodar ambientes exteriores, mesmo em um PC com configurações acima das recomendadas

Por mais que tenha criticado o excesso de dificuldade em outras seções dessa análise, acredito que a dificuldade de Atomic Heart ainda esteja num local ideal durante a maior parte da sua campanha, te faz improvisar e usar seus recursos de forma inteligente para cada tipo de inimigo, gostei bastante disso e das opções para abordar cada situação, admito que existem alguns momentos cujos quais senti que a dificuldade aumentou de forma absurda até no mundo aberto em si

Por mais que reconheça que seja o primeiro jogo da Mundifsh, é um jogo que apresentou alguns erros e defeitos que mesmo para um primeiro jogo, é meio complicado de defender, coisas básicas como a ausência tutoriais para mecânicas importantes, tendo em mente o tempo de desenvolvimento que o jogo teve e a adição de alguns elementos desnecessários como a constante necessidade de crafting para quase tudo diminui um pouco da experiência do jogo mas que mesmo com todas as criticas, tem personalidade, um loop de gameplay com necessidade constante de tomadas de decisão, dungeons e bosses bacanas mas que acaba caindo de cara visto o baque que a história recebe no final

É um jogo que vale seu tempo? Pra mim, com certeza, mas não é um jogo que valha 200 reais nunca, mas por estar disponível no Gamepass, é uma recomendação fácil minha na assinatura

[SPOILERS]
Ok, eu vou entrar de cabeça em aspectos que aparecem mais pra frente no jogo, história, personagens, lutas e tudo mais, caso não queira ler ou queira experiência o jogo por si mesmo, peço que pare e jogue o jogo, visto que é um jogo com bastante coisa a se aproveitar
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Eu adoro obras que brincam e tentam mexer com a percepção e compreensão do comum, obras que se abrem a ser estranhas e Atomic Heart era um jogo que poderia abordar esse tipo de coisa, visto que é um jogo com um universo onde mutações e tecnologias não conhecidas estavam presentes desde sua fundação mas não era o tipo de obra que poderia puxar isso da manga explicando tão pouco comparado ao desenvolvimento que ele dá ao Kollektiv e o ao resto dos avanços tecnológicos desse mundo, principalmente no seu final que também se baseia em escolhas incrivelmente rasas e que independente de qual seja a sua escolha, não vai ser nada satisfatório de ver a conclusão, uma que o jogo só acaba DO NADA e uma que o jogo tenta puxar pra um conceito que ele explica de forma rápida nas ultimas horas de jogo, fazendo com que todo o seu esforço e progresso seja praticamente jogado no lixo, principalmente caso você tenha escolhido lutar com as Gêmeas, que também mal aparecem durante o jogo inteiro é uma luta onde existe um aumento INSANO na dificuldade, forçando você a praticamente usar apenas uma única arma e sua recompensa por se preparar? MORRER. Óbvio que como forma de crítica, achei até interessante, mas na questão de jogo, deixa um vazio muito grande, fazendo com que a conclusão épica simplesmente não exista fazendo com que o sentimento de desperdício de tempo e até de potencial esteja muito presente, de forma bastante similar a INDUSTRIA, um jogo com uma vibe e atmosfera incrivelmente similar mas que assim como Atomic Heart, consegue entregar um desenvolvimento de mundo com mistérios interessantes mas falha em entregar uma conclusão satisfatória