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The Messenger 2018
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13h 16m
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1 day
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December 26, 2021
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This review contains spoilers
Eu pensei que The Messenger era uma paródia afetuosa de Ninja Gaiden. Após 12 horas de jogatina, descubro que estou errado. A apatia coletiva por trás de todos os personagens, que parecem a todo momento não levar nada a sério e não perderem a oportunidade de fazer trocadilhos e piadinhas não importa a situação, é um mecanismo de defesa. O mundo de The Messenger não é o mundo de u desenho animado que sempre tem tempo para tirar sarro da aparente falta de lógica de vários de seus tropos: é um mundo de horror cósmico em que os poucos sobreviventes de um holocausto que transcende o tempo e espaço fazem o que podem para manter seus resquícios de sanidade e esperança. Que isso tenho sido tão bem camuflado por boa parte do jogo e, quando revelado, se demonstre perfeitamente coerente com narrativa, é um testemunho do quão bem escrito é o game e como ele sabe escolher a hora certa para se revelar como mais profundo do que parece.
Eu diria que, na base, é esse senso de ritmo o segredo de The Messenger, a grande característica que o torna especial. Veja, por exemplo, a maneira como a aventura é dividida em duas partes: o que é a princípio um action-platformer 8-bits linear depois se revela como um quasi-metroidvania com viagem no tempo e gráficos 16-bits. Essa estrutura permite que todas as principais mecânicas do jogo sejam introduzidas uma a uma, de forma isolada, com os desafios se complexificando de forma progressiva antes do jogo te deixar "livre" para usar tudo o que aprendeu. Tecnicamente, as seis primeiras horas do jogo são apenas um longo tutorial — mas está tudo inserido de forma tão coesa na narrativa e o ritmo em que novas coisas vão aparecendo é tão bom que você nunca fica com a sensação de que é um tutorial.
Minha maior crítica para o game fica mais pelo potencial desperdiçado em certas partes. O jogo adora subverter tropos do gênero, usando isso como sua principal fonte de humor, mas a subversão nunca sai do campo narrativo. No momento que pensei que ele quebraria todas minhas expectativas, virando um shopping simulator, ele logo fez uma correção de curso e voltou a ser um action-platformer tradicional (ainda que com um temperinho de metroidvania). Talvez seria pós-modernista demais fazer algo desse tipo, mas, hey, um homem pode sonhar.
Eu diria que, na base, é esse senso de ritmo o segredo de The Messenger, a grande característica que o torna especial. Veja, por exemplo, a maneira como a aventura é dividida em duas partes: o que é a princípio um action-platformer 8-bits linear depois se revela como um quasi-metroidvania com viagem no tempo e gráficos 16-bits. Essa estrutura permite que todas as principais mecânicas do jogo sejam introduzidas uma a uma, de forma isolada, com os desafios se complexificando de forma progressiva antes do jogo te deixar "livre" para usar tudo o que aprendeu. Tecnicamente, as seis primeiras horas do jogo são apenas um longo tutorial — mas está tudo inserido de forma tão coesa na narrativa e o ritmo em que novas coisas vão aparecendo é tão bom que você nunca fica com a sensação de que é um tutorial.
Minha maior crítica para o game fica mais pelo potencial desperdiçado em certas partes. O jogo adora subverter tropos do gênero, usando isso como sua principal fonte de humor, mas a subversão nunca sai do campo narrativo. No momento que pensei que ele quebraria todas minhas expectativas, virando um shopping simulator, ele logo fez uma correção de curso e voltou a ser um action-platformer tradicional (ainda que com um temperinho de metroidvania). Talvez seria pós-modernista demais fazer algo desse tipo, mas, hey, um homem pode sonhar.